Teerã, 5 mai (EFE).- O Irã descartou nesta quarta-feira a possibilidade de que uma eventual troca de combustível nuclear possa ser realizada no Brasil, mas ressaltou que a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva inclui detalhes interessantes que serão revelados em breve.
Em declarações à imprensa, o diretor do Escritório da Presidência iraniana, Esfandiar Rahim Mashai, confirmou, além disso, que seu país aceitou a mediação tanto do Brasil como da Turquia.
"A Turquia e o Brasil tinham se oferecido para debater a questão da troca de combustível nuclear e a República Islâmica aceitou esta mediação", disse Rahim Mashai.
No entanto, Mashai negou que a oferta do Brasil inclua a possibilidade de que a troca possa ser feita em território brasileiro.
"Não é assim; a proposta tem detalhes que serão anunciados um pouco mais adiante", disse Mashai, citado pela agência de notícias local "Isna".
Horas antes a imprensa iraniana já tinha anunciado que o presidente da República Islâmica, Mahmoud Ahmadinejad, tinha comunicado por telefone a seu colega venezuelano, Hugo Chávez, que o Irã estava disposto a aceitar "em princípio" a oferta brasileira.
A fonte não esclareceu, no entanto, os detalhes da suposta proposta do Brasil, embora fontes brasileiras apontem que uma forma de reduzir a desconfiança mútua seria realizar a troca nuclear em um terceiro país, como a Turquia.
O Irã mantém uma queda-de-braço com grande parte da comunidade internacional, que o acusa de ocultar sob seu programa nuclear civil outro de natureza clandestina e ambições bélicas cujo objetivo seria a aquisição de um arsenal atômico, alegação que Teerã nega.
Lula deve viajar a Teerã no dia 15 para uma visita de 48 horas.
Dois dias depois, o Irã recebe a cúpula do G-15, ao que o Brasil pertence e que deve contar com a participação do presidente venezuelano, mas na qual não está confirmada, por enquanto, a presença do próprio Lula.
Na semana passada, durante uma visita a Teerã, o ministro Celso Amorim afirmou perante a imprensa iraniana que o Brasil segue disposto a mediar a questão da troca nuclear.
No entanto, acrescentou que acha mais factível que a troca se realize em um país como a Turquia, por questões de proximidade geográfica.
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