SARAJEVO (Reuters) - Os Estados Unidos extraditaram para a Bósnia um ex-soldado sérvio investigado por genocídio durante o massacre de muçulmanos em Srebrenica, em 1995, disse a procuradoria da Bósnia nesta quinta-feira.
Marko Boskic, 46, foi preso nos Estados Unidos onde foi processado por fraude de imigração por mentir sobre seu engajamento militar durante a guerra na Bósnia entre 1992 e 1995, disse a procuradoria em comunicado.
"Boskic está sob investigação da procuradoria e é suspeito de cometer a ofensa criminal de genocídio em Srebrenica em julho de 1995 como ex-integrante do 10o Comando do Exército da República Sérvia", afirma o comunicado.
A procuradoria afirma que Boskic é suspeito de, junto com outros membros do grupo, ter "participado pessoalmente da morte de homens e crianças muçulmanas capturados após a queda de Srebrenica".
Forças sérvio-bósnias, comandadas pelo general Ratki Mladic, mataram cerca de 8 mil homens e crianças bósnio-muçulmanas após capturarem a cidade no leste do país, que havia sido um protetorado da Organização das Nações Unidas (ONU).
Foi a maior atrocidade na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
A maioria foi morta enquanto tentava fugir pela floresta e foi assassinada ou capturada e levada para locais de execução antes de ser enterrada em valas comuns.
O Tribunal Criminal Internacional para a Antiga Iugoslávia em Haia sentenciou sete sérvios-bósnios e está julgando outros nove pelo massacre de Srebrenica.
O tribunal de crimes de guerra da Bósnia, criado em 2005 para aliviar a sobrecarga sobre a corte sediada em Haia, levou dezenas de sérvios-bósnios a julgamento. Doze foram presos, sete absolvidos e outros sete ainda estão sendo julgados.
Mladic está foragido, 14 anos depois de ser indiciado.
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