A tensão entre os países da União Européia (UE) se torna cada vez menor.
A tensão entre os países da União Européia (UE), resultante das divergências sobre a oportunidade de uma ajuda financeira à Grécia, baixou ontem de forma considerável depois de a Alemanha ter admitido a possibilidade de uma operação conjunta entre a zona euro e o FMI.
Angela Merkel, chanceler alemã, que tem recusado firmemente qualquer ajuda da zona euro a Atenas devido à proibição expressa desse cenário inscrita no Tratado da UE, prepara-se, no entanto, para condicionar a sua abertura a um reforço draconiano das regras de gestão conjunta da moeda única.
Para a chanceler, a Grécia, que teme ter de pagar prêmios de risco exorbitantes se tiver de recorrer ao mercado para refinanciar parte da sua gigantesca dívida pública, terá de obter antes de mais uma ajuda do FMI, que poderá ser eventualmente complementada por empréstimos bilaterais e voluntários dos países do euro.
Esta eventualidade, avisa Berlim, só poderá ser concretizada se Atenas não conseguir obter os fundos necessários no mercado, se o FMI garantir uma contribuição “substancial” e se os países da UE se comprometerem a negociar novos instrumentos de disciplina orçamental para impedir novas derrapagens das contas públicas como a da Grécia.
A generalidade dos outros governos, a par do Banco Central Europeu (BCE), admite uma participação do FMI, embora numa relação de forças inversa à da Alemanha: a Grécia deverá beneficiar de uma “solução européia” eventualmente complementada com uma contribuição do FMI.
Didier Reynders, ministro belga das finanças, sublinhou que se a solução se encaminhar para uma operação conjunta, terá de “ficar claro que a zona euro é o motor [da ajuda] e que o FMI intervém em termos de assistência técnica e financiamento”. Nessas condições, considerou, “poderemos provavelmente encontrar um consenso europeu”.
Víitor Constâncio, que assumirá em Junho a vice-presidência do BCE, manifestou-se ontem contra qualquer mecanismo de ajuda limitado ao FMI, como a Alemanha chegou a defender, considerando que se “um país da zona euro recorrer ao FMI poderá ser interpretado como um sinal de fraqueza das nossas instituições”.
Apesar da ligeira inflexão da sua posição, Merkel continua a recusar que a solução para a Grécia seja decidida já esta semana, como tem sido defendido por vários países e por Durão Barroso.
A França e a Espanha, logo apoiadas pela Bélgica, querem uma solução rápida e defendem a convocação de uma cimeira dos Dezesseis países do euro especificamente para o efeito. A ser assim, o encontro poderia ter lugar convocado na quinta-feira de manhã, em Bruxelas, imediatamente antes de uma cimeira dos líderes dos Vinte e Sete prevista de longa data.
Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu, que dirigirá os trabalhos, está a refletir sobre esta possibilidade.
Portugal é favorável ao apoio financeiro da União Européia à Grécia, segundo afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, à margem da cimeira luso-tunisiana, que decorreu em Tunes. Luís Amado afirmou que “o euro está sob pressão nos mercados europeus” e considerou “absolutamente indispensável que a União Européia clarifique a sua posição em relação aos apoios de que a Grécia necessita.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
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