"Vemos isto como uma nova oportunidade desperdiçada por parte do Irã de cumprir com suas obrigações internacionais", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley, que, no entanto, qualificou a reunião de "troca franca e profissional" dos pontos de vista dos membros do Conselho e do Irã.
O ministro de Assuntos Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, ofereceu um jantar aos representantes dos 15 países do Conselho de Segurança nesta quinta-feira. Os EUA foram representados pelo embaixador alterno perante a ONU, Alejandro Wolff.
No jantar Mottaki defendeu a contra proposta iraniana para seu reator em Teerã, segundo a qual se enriqueceria urânio em território nacional e não no exterior, como propõe a comunidade internacional.
Para o porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley, a proposta de Teerã se afasta de maneira significativa da oferta "equilibrada" da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Na opinião dos EUA, o Irã teve oportunidades suficientes esta semana para fazer um gesto claro e inequívoco para a comunidade internacional para mudar de atitude sobre seu programa nuclear, com a presença do presidente Mahmoud Ahmadinejad na Conferência de Revisão do Tratado de Não-Proliferação (TNP) e o jantar de Mottaki.
O conflito com o Irã se agravou no final do ano passado, depois que Teerã pediu combustível nuclear para seu reator e colocou impedimentos a uma proposta da comunidade internacional para enviar ao exterior seu urânio a 3,5% e recuperá-lo tempo depois enriquecido a 20%.
O regime iraniano alega que não confia na outra parte e exige como garantia que a troca de combustível seja realizada em seu território, de forma simultânea, em cofres selados e sob a supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica.
Desde então, os EUA tratam de pactuar uma quarta rodada de sanções, mas topa com a reticência de países como a Turquia e o próprio Brasil - que ocupa um dos postos não-permanentes do Conselho - e o desejo da China e da Rússia de conferir sanções mais suaves, que não afetem à população civil.
Precisamente hoje, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, manteve uma conferência telefônica com seus colegas da França, Bernard Kouchner, e da Alemanha, Guido Westerwelle, com o diretor político do Reino Unido, Geoffrey Adams; e a Alta Representante para a Política Externa, Catherine Ashton, para repassar o estado das negociações na ONU.
Crowley indicou que o trabalho na ONU continua e que os Estados Unidos espera tirar uma resolução "nas próximas semanas".
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