sexta-feira, 7 de maio de 2010

EUA diz que Irã desperdiçou oportunidade de fazer gestos rumo a um acordo

O Irã "desperdiçou" novamente a oportunidade de aceitar às exigências da comunidade internacional perante seu programa nuclear no jantar que ofereceu quinta-feira aos 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, disse os Estados Unidos hoje.

"Vemos isto como uma nova oportunidade desperdiçada por parte do Irã de cumprir com suas obrigações internacionais", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley, que, no entanto, qualificou a reunião de "troca franca e profissional" dos pontos de vista dos membros do Conselho e do Irã.

O ministro de Assuntos Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, ofereceu um jantar aos representantes dos 15 países do Conselho de Segurança nesta quinta-feira. Os EUA foram representados pelo embaixador alterno perante a ONU, Alejandro Wolff.

No jantar Mottaki defendeu a contra proposta iraniana para seu reator em Teerã, segundo a qual se enriqueceria urânio em território nacional e não no exterior, como propõe a comunidade internacional.

Para o porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley, a proposta de Teerã se afasta de maneira significativa da oferta "equilibrada" da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Na opinião dos EUA, o Irã teve oportunidades suficientes esta semana para fazer um gesto claro e inequívoco para a comunidade internacional para mudar de atitude sobre seu programa nuclear, com a presença do presidente Mahmoud Ahmadinejad na Conferência de Revisão do Tratado de Não-Proliferação (TNP) e o jantar de Mottaki.

O conflito com o Irã se agravou no final do ano passado, depois que Teerã pediu combustível nuclear para seu reator e colocou impedimentos a uma proposta da comunidade internacional para enviar ao exterior seu urânio a 3,5% e recuperá-lo tempo depois enriquecido a 20%.

O regime iraniano alega que não confia na outra parte e exige como garantia que a troca de combustível seja realizada em seu território, de forma simultânea, em cofres selados e sob a supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica.

Desde então, os EUA tratam de pactuar uma quarta rodada de sanções, mas topa com a reticência de países como a Turquia e o próprio Brasil - que ocupa um dos postos não-permanentes do Conselho - e o desejo da China e da Rússia de conferir sanções mais suaves, que não afetem à população civil.

Precisamente hoje, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, manteve uma conferência telefônica com seus colegas da França, Bernard Kouchner, e da Alemanha, Guido Westerwelle, com o diretor político do Reino Unido, Geoffrey Adams; e a Alta Representante para a Política Externa, Catherine Ashton, para repassar o estado das negociações na ONU.

Crowley indicou que o trabalho na ONU continua e que os Estados Unidos espera tirar uma resolução "nas próximas semanas".


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