quinta-feira, 20 de maio de 2010

Nova rotina de Ruanda é marcada por ordem, tensão e repressão


Alguns meses atrás, Gasigwa Gakunzi estava passando tempo numa casa em ruínas, onde crianças pobres pagam para assistir à televisão, quando a polícia ruandesa o prendeu por vadiagem. Quando menos percebeu, ele foi arrancado de sua família e enviado a essa remota ilha no meio do Lago Kivu.

Gasigwa, de 14 anos, passa seus dias aprendendo canções patrióticas e como marchar como um soldado. À noite, ele dorme num enorme galpão de metal com centenas de homens e meninos amontoados, um colchão ao lado do outro.

“Por favor, ligue para meu pai”, sussurrou ele. “Ele não faz ideia de onde estou”.

Quase 900 pedintes, sem-teto e pequenos ladrões, incluindo dúzias de crianças, foram recentemente retirados das ruas impecavelmente varridas do país, e enviados – sem julgamento ou citação em tribunal – a esse desconhecido posto. Eles passarão três anos aqui sendo “reabilitados”, aprendendo habilidades como preparação de tijolos, corte de cabelo e manutenção de motocicletas.

Trata-se de um dos projetos de auto-aprimoramento mais novos do país, e parece ser um símbolo adequado do que muitos analistas políticos e grupos de Direitos Humanos dizem que Ruanda se tornou: ordenada, mas repressiva.

Sob o comando do presidente Paul Kagame, este país, que explodiu em chacinas étnicas há 16 anos, é um dos países mais seguros, limpos e menos corruptos do continente. A capital, Kigali, não é rodeada por favelas em crescimento, e sequestros relâmpago – um problema mortal em muitas cidades africanas – são praticamente inexistentes por aqui. As estradas são eficientemente pavimentadas; existe seguro-saúde nacional; bairros organizam faxinas mensais; a rede de computadores está entre as melhores da região; e as fontes públicas estão cheias de água, e não mato. Tudo isso foi conseguido em um dos países mais pobres do mundo.


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