terça-feira, 11 de maio de 2010

Mortes durante greve geral agravam crise grega

A crise grega se agravou no dia 5 desse mês com a morte de três pessoas durante as manifestações realizadas em Atenas durante a greve geral convocada no país contra as duras medidas de austeridade aprovadas pelo Governo. Essas mortes aconteceram por causa do incêndio de um banco da capital ateniense, possivelmente causado por um coquetel molotov. Uma quarta pessoa ficou gravemente ferida ao se jogar da sacada do prédio para fugir das chamas, segundo o porta-voz da Polícia Vangelis Falarás. Segundo o Ministério da Saúde, outros quatro feridos estão hospitalizados.
As mortes foram de duas mulheres e um homem, empregados do banco Marfin Eganatia Bank. Os funcionários tentavam escapar do fogo e acabaram asfixiados ao se refugiar em um andar superior do edifício.
A notícia correu como pólvora entre os participantes dos protestos, o que exacerbou ainda mais os ânimos, como pôde a Agência Efe pode comprovar nos arredores da Praça de Sintagma, onde começaram os choques entre os manifestantes e forças da Polícia que vigiavam o edifício do Parlamento.
As ruas e avenidas do centro da capital grega foram palco de distúrbios protagonizados por uma população revoltada com o plano draconiano de cortes anunciado pelo Governo do primeiro-ministro, Giorgos Papandreou.
O líder socialista foi ao Parlamento, onde condenou a violência e as mortes dos três trabalhadores: "A violência leva à violência", declarou consternado pelo que qualificou como "tragédia" e "assassinato". Disse ainda: “É preciso que todas as forças políticas enviem uma mensagem de responsabilidade política. Ninguém tem o direito de jogar com a sorte da pátria e com as vidas dos cidadãos. Ninguém está livre das responsabilidades".
O presidente da Câmara, Fílipos Pechálnikos, em declarações durante uma sessão paralela aos protestos, pediu um minuto de silêncio em honra aos mortos.
Em Atenas, o gás lacrimogêneo lançado por unidades antidistúrbios se misturava a fumaça dos contêineres incendiados. Automóveis e a sede de um escritório de inspeção da Fazenda em Atenas também pegaram fogo.
Em outras cidades gregas, como Salônica, Patras e Ioanina, também acontecem protestos violentos, embora não haja informação sobre vítimas.
A greve geral convocada na Grécia para hoje pelos principais sindicatos, que também afetou à imprensa, é a quarta neste ano. Ela foi amplamente divulgada por diversos meios de comunicação que fizeram eco imediato à violência dos protestos. Assim, o tráfego aéreo, marítimo e ferroviário no país mediterrâneo ficou paralisado, enquanto o trem metropolitano de Atenas funcionou só nas horas convenientes para ir às manifestações.
Entre 25 mil e 100 mil pessoas participaram dos protestos, segundo fontes policiais e sindicais, respectivamente.
O dia de greve geral na Grécia fechou com uma nova queda da Bolsa de Atenas, que fechou com em baixa de 3,91% .

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