segunda-feira, 31 de maio de 2010
Maioridade penal, simulação no OEA
Como sempre, o comitê da Organização das Nações Unidas está sempre mostrando um ótimo trabalho. Dessa vez, os delegados votaram a favor do tema “maioridade penal”. Os diretores esclareceram as dúvidas sobre o tema e o debate se iniciou. As declarações eram feitas a partir de opiniões pessoais.
Os delegados estão se mostrando cada vez mais empenhados no projeto, se pronunciando muito bem durante as reuniões. Como sempre, o representante de Cuba se mostra sem receio em dizer seus argumentos. A delegada de El Salvador também se destaca, pois possui sempre argumentos inteligentes e consegue medir bastante as suas palavras.
A elaboração e apresentação do documento de resolução foi bem sucedida: passou pela mesa e teve aprovação unânime dos demais delegados.
Pérolas:
Daniel Madureira (Brasil): “(...) penalidade penal...”
Mateus Andrade (Cuba): “estou falando é sobre os centros de revitalização...” [UOW! Centros especializados em reviver pessoas?]
Guilherme Marques (Diretor): “Sendo assim, a mesa reconhece... Comissão de Paz...” [COMISSÃO? Não seria “Conferência”?]
Simulação do comitê do Meio Ambiente no projeto MINI-ONU
A última quarta-feira, dia 26, o comitê CNU (Meio Ambiente) realizou mais um encontro para debater. Como o tema não foi escolhido de forma antecipada, os delegados votaram a favor do debate sobre o ‘casamento entre homossexuais’, para que assim pudessem declarar suas opiniões pessoais.
Todos os delegados se declararam, mas as participações importantes do delegado da China e dos EUA devem ser ressaltadas. Os demais representantes se declararam menos, porém alguns possuíam argumentos que ajudaram bastante para que o debate se desenvolvesse.
A participação do diretor do comitê da Organização das Nações Unidas (OEA), representando a Itália, também foi importante para que alguns delegados pudessem se declarar.
Por fim, o documento de resolução foi elaborado e passou pela mesa. Sem a aprovação unânime, o documento foi aceito e a reunião foi encerrada.
Pérolas:
Tiago Daldegan (China), durante seu discurso: “Questão de privilégio pessoal, para podermos entrar em uma conclusão...” [ah, pedindo questão em pleno discurso, e ainda para poderem cegar em uma conclusão? Beleza.]
Flávio Coimbra (EUA): “Uma das religiões predominantes no mundo é a muçulmânica...” [Muçulmânica?!]
Israel ataca frota de ajuda a Gaza e mata ao menos dez
Em entrevista à rádio do Exército, o ministro da Indústria e Comércio de Israel, Binyamin Ben-Eliezer, disse lamentar as mortes.
A exata localização das embarcações é incerta. Israel teria advertido as embarcações para que não invadissem suas águas territoriais. Mas, segundo os ativistas, os barcos estavam em águas internacionais, a mais de 60 quilômetros da costa.
Suprimentos
Os barcos, organizados pela ONG Free Gaza, levavam 750 ativistas e cerca de 10 mil toneladas de suprimentos para a Faixa de Gaza.
Imagens da TV turca feitas a bordo do barco turco que liderava a frota mostram soldados israelenses lutando para controlar os passageiros e feridos deitados no chão da embarcação. A todo momento, tiros podem ser ouvidos.
A TV árabe Al-Jazeera relatou, da mesma embarcação, que as forças da Marinha israelense haviam disparado e abordado o barco, ferindo o capitão. Então a transmissão foi interrompida com uma voz gritando em hebraico: “Todo mundo cale a boca!”.
‘Provocação’
A frota de seis embarcações havia deixado as águas internacionais próximo à costa do Chipre no domingo e pretendia chegar a Gaza nesta segunda-feira.
Israel havia dito que bloquearia a passagem dos barcos e classificou a campanha de “uma provocação com o intuito de deslegitimar Israel”. Então decretou um bloqueio quase total à entrada de mercadorias na Faixa de Gaza desde que o grupo islâmico Hamas tomou à força o controle da região, em junho de 2007.
O Hamas é acusado pelos disparos de milhares de mísseis contra o território israelense na última década.
Israel diz que permite a entrada de 15 mil toneladas de suprimentos de ajuda humanitária a Gaza a cada semana. Mas a Organização das Nações Unidas diz que isso é menos de um quarto do necessário.
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Ataque a frota rumo a Gaza gera condenação internacional e temor de violência
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, descreveu a ação como “um massacre” e declarou três dias de luto na Cisjordânia. Ele pediu ainda ao Conselho de Segurança da ONU e à Liga Árabe a realização de reuniões de emergência para discutir o incidente.
Ismail Haniya, líder do governo liderado pelo Hamas em Gaza, classificou o ataque como “brutal” e pediu à ONU que intervenha.
O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, disse que os organizadores da frota são os responsáveis pelo resultado da ação, mas disse que o governo israelense assumirá as consequências de suas ações e continuará a proteger sua autonomia.
Um analista do jornal israelense Haaretz diz que a hipótese de que o líder árabe-israelense Raed Salah estaria entre os mortos poderia levar, se confirmada, a uma “terceira intifada (revolta popular palestina)”.
Manifestações
Centenas de pessoas foram às ruas em Nazaré, cidade israelense de maioria árabe, para protestar contra a ação israelense. Outras manifestações também aconteceram em mais países. No Líbano, milhares de refugiados palestinos saíram às ruas para protestar. Em Amã, na Jordânia, manifestantes queimaram uma bandeira de Israel pintada com suásticas nazistas.
Na Turquia, dezenas de pessoas se concentraram em frente à casa do embaixador israelense em Ancara. Alguns manifestantes chegaram a tentar invadir o prédio.
Acredita-se que a maioria dos mortos durante a ação israelense era turca.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel advertiu os cidadãos do país a não viajarem para a Turquia e para os israelenses já no país a evitarem grandes concentrações de pessoas.
O governo turco chamou a ação israelense de “inaceitável” e convocou o embaixador israelense para discutir o incidente.
‘Chocado’A ação israelense foi condenada por diversos líderes internacionais. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, se disse “chocado” com a ação.
O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, convocou uma reunião de emergência da organização nesta terça-feira para discutir a ação israelense.
“O ataque indica que Israel não está pronto para a paz. Israel atacou a frota porque se sente acima da lei”, disse Moussa. “Não há benefícios em lidar com Israel desta maneira”, afirmou.
A ministra das Relações Exteriores da União Europeia, Catherine Ashton, pediu às autoridades israelenses a abertura de um “inquérito pleno” sobre a ação e disse que o bloco reitera seu pedido para que as fronteiras de Gaza sejam abertas à entrada de ajuda humanitária, bens e pessoas.
Muitos dos ativistas a bordo dos barcos eram cidadãos europeus.
domingo, 30 de maio de 2010
ONU investiga ação do Brasil no Haiti
A Organização das Nações Unidas abriu uma investigação para determinar se houve "uso excessivo da força" por parte de uma patrulha brasileira que, na segunda-feira, depois de ter sido apedrejada por universitários, no centro de Porto Príncipe, lançou bombas de gás lacrimogêneo e efetuou disparos com balas de borracha e munição real dentro da Faculdade de Etnologia da Universidade do Haiti. O episódio foi considerado "grave" por David Wimhurst, porta-voz do representante da ONU no Haiti, Edmond Mulet.
Milhares de manifestantes ao longo da semana marcharam pedindo a renúncia do presidente René Préval e a saída das tropas da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), lideradas pelo general brasileiro Paul Cruz.
A denúncia interferiu no clima da tropa brasileira, habituada a elogios feitos à sua atuação no Haiti desde 2004. Na mesma semana, as tropas brasileiras anunciaram que uma apuração interna - prévia à investigação da ONU - concluiu que não houve excesso.
"Rechaço com veemência essas denúncias. Se isso tudo tivesse acontecido, nos afetaria tremendamente", disse o coronel Rêgo Barros, responsável pelo Batalhão Brasileiro 1. "Disparamos, sim, e a norma nos dá permissão em casos como esse, quando há risco para a tropa ou para terceiros. Também podemos entrar na universidade fazendo o uso escalonado da força. Foi usado material não letal. Fomos corretos."
Wimhurst, porém, disse não acreditar que um dos alunos que foi detido na operação "tenha sido tratado como um anjo". O Exército assegura que foi feito exame de corpo de delito no estudante antes de entregá-lo à polícia. Para o porta-voz da Minustah, a conclusão prévia é a de que "os militares brasileiros não deveriam ter entrado na faculdade". Wimhurst disse também que, no início da apuração, os militares disseram que não tinham jogado bombas, mas depois descobriu-se que 32 foram lançadas.Programa nuclear do Brasil é investigado após acordo com o Irã
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de auditoria da Organização das Nações Unidas, iniciou em segredo neste mês uma força-tarefa para avaliar as atividades nucleares do Brasil. A operação ocorre após o acordo firmado entre os governos brasileiro e iraniano sobre a transferência de urânio do Irã para a Turquia. A AIEA reclama de áreas secretas no programa nuclear do Brasil. As informações são do jornal Le Monde.
Segundo o diretor da Agência de Energia Atômica, Yukiya Amano, que visitou o Brasil em março, é "frustrante" que seus inspetores não possam acessar todas as atividades de enriquecimento de urânio realizadas no país. O governo brasileiro justifica a parte secreta de suas centrífugas por razões de concorrência comercial. O importante papel desempenhado pelo Exército - em especial a Marinha - no programa nuclear brasileiro reforça as preocupações apresentadas pela AIEA. Algumas fontes do Le Monde consideram que o Brasil é um país "em risco" porque tem garantias suficientes e nunca mencionou a posse da bomba como um elemento crucial do poder por sua própria conta.
Nova lei de imigração do Arizona gera protestos nos EUA
Protestos contra e a favor da nova lei de imigração do Arizona devem levar hoje milhares de pessoas para as ruas nos Estados Unidos. Os opositores à lei vão realizar uma série de protestos em todo o país, em demonstrações que podem levar mais de 50 mil pessoas às ruas.
O Departamento de polícia de Phoenix, no Arizona, colocará equipes extras para garantir a segurança no trecho de oito quilômetros que deve ser percorrido pelos manifestantes. Um protesto a favor da legislação também deve reunir milhares de pessoas.
A nova lei de imigração do Arizona permite que a polícia estadual detenha qualquer pessoa que considerar um imigrante clandestino. O governo federal já ameaçou considerar a lei inconstitucional, por ferir os direitos mais elementares da dignidade humana.EUA: acordo obtido pelo Brasil no Irã é 'inaceitável'
Os Estados Unidos qualificaram ontem o acordo mediado por Brasil e Turquia com o Irã de "inaceitável" e informaram que a carta enviada pelo presidente Barack Obama ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se consistia em "instruções para negociação".
Contradizendo o Itamaraty, o governo americano afirmou ainda que o chanceler Celso Amorim "sabia perfeitamente" que o acordo de troca de combustível com o Irã, fechado no dia 17, não levaria os EUA a desistirem das sanções contra Teerã. Os EUA rejeitaram o acordo sob o argumento de que ele não resolvia o problema de o Irã continuar enriquecendo urânio. Amorim e o governo brasileiro esperavam que, com o acordo, os EUA deixassem de buscar as sanções na ONU contra o Irã.
O Itamaraty sustenta que o Brasil fez tudo o que Obama recomendava na carta enviada a Lula em 20 de abril. "Ninguém nos disse: olha, se eles não pararem com o enriquecimento a 20%, esqueça o acordo", disse Amorim nesta semana.
Washington convocou uma entrevista para ''esclarecer'' pontos sobre o acordo e desmentiu Amorim. "O ministro das Relações Exteriores do Brasil sabia perfeitamente da importância dessa questão (do enriquecimento)", disse um dos três altos funcionários do governo que participaram da entrevista. "Em fevereiro, o subsecretário Bill Burns reuniu-se com Amorim e discutiu esse assunto longamente, e a secretária Hillary Clinton também falou disso com Amorim e com Lula", disse outro funcionário.
Os americanos afirmaram que o acordo é "simplesmente inaceitável", pois ele permite que o Irã continue enriquecendo urânio, o que vai contra as atuais resoluções da ONU. Afirmaram ainda que o acordo está defasado, porque hoje o Irã já tem um estoque de urânio muito maior do que tinha em outubro, quando as potências fizeram proposta parecida.EUA confirmam viver pior desastre ecológico de sua história
WASHINGTON - O vazamento de petróleo no Golfo do México é "possivelmente o pior desastre ecológico" da história dos Estados Unidos, afirmou hoje Carol Browner, assessora para meio ambiente e energia da Casa Branca.
Em declarações ao programa "Meet the Press", do canal "NBC", Carol falou depois que a companhia British Petroleum, responsável pelo derramamento, anunciou o fracasso dos planos de bloquear o fluxo de petróleo com uma injeção de lama pesada.
O vazamento de petróleo no Golfo do México é "possivelmente o pior desastre ecológico" da história dos Estados Unidos, afirmou hoje Carol Browner, assessora para meio ambiente e energia da Casa Branca.
Em declarações ao programa "Meet the Press", do canal "NBC", Carol falou depois que a companhia British Petroleum, responsável pelo derramamento, anunciou o fracasso dos planos de bloquear o fluxo de petróleo com uma injeção de lama pesada.
Carol Browner disse que o óleo deve continuar vazando no Golfo do México por meses e que a administração está "preparada para o pior". Ela diz que o governo ordenou que a empresa
perfure dois poços de alívio para o caso de o primeiro não funcionar.
Ontem, a companhia British Petroleum (BP), responsável pelo vazamento de petróleo no Golfo do México, anunciou, que a operação para fechar o poço por meio da injeção de fluidos pesados, como lama, não obteve sucesso, e que passaria a tentar um novo método.
O diretor de operações da BP, Doug Suttles, disse que a decisão da adoção de uma nova medida - a de cobrir o poço com uma cúpula - foi tomada após consultas com as autoridades federais. A operação "top kill" foi iniciada na quarta, mas cerca de 12 mil a 19 mil barris de petróleo continuam a vazar a cada dia no Golfo do México.
A nova estratégia prevê serrar, com submarinos robôs, o encanamento rompido de onde sai o petróleo e cobrir o resto com o que é basicamente um gigantesco funil, através do qual se passaria o óleo a navios na superfície.
O impasse nuclear
Os Estados Unidos anunciaram sua nova estratégia de segurança nacional, pela qual abandonam as posições antes fixadas pelo governo Bush. No documento, no entanto, o presidente Barack Obama afirma que os EUA vão continuar a assegurar a segurança mundial, embora ressalve que não poderão fazer isso sozinhos.
Essa posição já confronta um desafio, no qual os EUA insistem na imposição de sanções ao Irã, por causa de seu programa nuclear, necessitando para isso do apoio do Conselho de Segurança da ONU. Com eleições parlamentares em novembro, o governo sofre intensa pressão interna, a ponto de se desdizer.
Em razão das relações que construiu com o Irã, o Brasil dispôs-se a negociar um acordo com os iranianos, observando as condições impostas pelo presidente Obama. Feito o acordo, intermediado também pela Turquia, eis que o governo norte-americano o nega, alegando que as condições mudaram de outubro para cá.
O impasse está posto. O acordo não garante que o Irã não terá urânio suficiente para fabricar a bomba, só que irá beneficiar uma parte dele, para fins pacíficos, na Turquia. A desconfiança persiste entre as duas partes e Brasil e Turquia não têm condições de oferecer garantias adicionais, além das estabelecidas no acordo.
Ontem, encerrou-se uma conferência de revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear pelo qual se pretende criar uma zona livre dessas armas no Oriente Médio. Um acordo era dificultado por Israel, que não afirma nem nega que tenha a bomba. Mas os países árabes querem que Israel seja citado explicitamente.
Diante do panorama armamentista mundial, é muito difícil obter progressos. Os EUA têm mais de 5.000 ogivas nucleares. Outros países têm a bomba, mas escondem seus quantitativos. Se o Iraque a tivesse, provavelmente os norte-americanos não o teriam invadido. A escalada é insensata, mas como impedi-la?
Obama é contra a bomba, mas o complexo industrial-militar dos EUA não abre mão de seu arsenal.Japão ampliará sanções contra Coreia do Norte após naufrágio
TÓQUIO (Reuters) - O Japão vai aumentar as sanções contra a Coreia do Norte, disse o principal porta-voz do governo nesta sexta-feira, depois que investigações concluíram na semana passada que Pyongyang era responsável pelo naufrágio de um navio de guerra sul-coreano em março.
O governo japonês, que há muito tempo tem relações hostis com a Coreia do Norte sobre assuntos como a colonização japonesa de 1910 a 1945 da península coreana, e o sequestro de cidadãos japoneses por Pyongyang algumas décadas atrás, se vê como possível alvo de agressão por parte de seu imprevisível vizinho.
A medida foi divulgada antes da cúpula trilateral com a Coreia do Sul e a China deste final de semana, em que Pequim sofrerá novas pressões para se unir ao grupo internacional que condena Pyongyang.
"A posição do governo é que iremos apresentar nosso pensamento sobre a Coreia do Norte nas reuniões internacionais e trabalhar de perto com a Coreia do Sul", disse a jornalistas o secretário-chefe do gabinete japonês, Hirofumi Hirano.
"Fazemos um forte apelo à China para que entenda essa posição e se alinhe a nós, para compartilhar nosso entendimento."
O Japão vai reduzir o limite sobre a quantidade de dinheiro não-declarado que pode ser transportado em viagens à Coreia do Norte para 100 mil ienes, ante os atuais 300 mil ienes, disse Hirano a jornalistas. Transferências de mais de 3 milhões de ienes também deverão ser declaradas, comparados aos 10 milhões anteriores, disse ele.
As novas sanções serão implementadas rapidamente, acrescentou.
China convoca a região a evitar confronto das China convoca a região a evitar confronto das Coreias
SEOGWIPO, Coreia do Sul - A China rejeitou a pressão para censurar a Coreia do Norte em uma cúpula regional no domingo e convocou seus vizinhos a acalmarem as tensões sobre o afundamento de um navio de guerra e evitar um confronto que poderia abalar a Ásia.
Seul e Tóquio culpam a Coreia do Norte, cujo líder Kim Jong-il visitou a China no início do mês, por torpedear a corveta sul-coreana Cheonan em março, matando 46 marinheiros -no incidente militar mais mortífero desde a Guerra da Coreia.
A China, maior parceira comercial da Coreia do Norte e que lutou ao seu lado na guerra travada entre 1950 e 1953, recusou-se a se juntar publicamente à condenação internacional à Pyongyang, dizendo ainda estar analisando as provas.
O premiê chinês, Wen Jiabao, manteve essa posição na cúpula de dois dias em Seogwipo, um resort na ilha de Jeju, na Coreia do Sul, que em princípio trataria da integração econômica da região.
- A tarefa premente agora é reagir apropriadamente aos sérios efeitos do incidente de Cheonan, reduzir as tensões progressivamente e especialmente evitar um confronto - disse Wen, ao lado do primeiro-ministro japonês, Yukio Hatoyama, e do presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, ao final da cúpula.
Wen não citou a Coreia do Norte nominalmente, nem deu indicações concretas de que a China aceitaria uma iniciativa do Conselho de Segurança da ONU para condenar a Coreia do Norte.
A Coreia do Norte negou qualquer responsabilidade no incidente de Cheonan. A Agência Oficial de Notícias Coreana disse no sábado que os EUA culpam o norte pelo afundamento do navio para manter uma base da Marinha no Japão e fazer a China se sentir "constrangida".
O afundamento do navio levou o governo do Japão a ampliar as sanções contra a Coreia do Norte.
Na semana passada, a Coreia do Sul anunciou uma série de sanções contra sua vizinha, incluindo cortes no comércio, retomar transmissões de propaganda política através da fronteira e lançar exercícios navais perto da disputada fronteira marítima do Mar Amarelo. O país ainda prometeu levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU.
BP estuda novos meios para conter vazamento no Golfo
A British Petroleum afirma estar desenvolvendo robôs submarinos e novos dispositivos de contenção para combater o pior derramamento de óleo na história dos Estados Unidos. Seis semanas depois da catástrofe, a gigante petrolífera ainda busca uma maneira para desacelerar o vazamento, causado pela explosão de uma plataforma no Golfo do México.
A última tentativa de resolver temporariamente o problema fracassou no sábado, quando a British Petroleum afirmou que a operação "top kill", iniciada na quarta-feira, não conseguiu conter o fluxo de petróleo. "Isso assusta todo mundo, o fato de não conseguirmos fazer isso parar de fluir, o fato de não termos tido sucesso até agora", disse o executivo-chefe de Operações da companhia britânica, Doug Suttles. "Muitas das coisas que estamos tentando já foram feitas na superfície antes, mas nunca tentadas a 5 mil pés."
Suttles acrescentou que a British Petroleum planeja agora utilizar robôs submarinos para remover a peça danificada e instalar uma válvula de contenção, o que deve levar de quatro a sete dias. "Estamos confiantes de que o trabalho funcionará, mas obviamente não podemos garantir o sucesso", disse ele sobre o novo plano. As informações são da Associated Press.terça-feira, 25 de maio de 2010
Acordo Irã-Turquia-Brasil: Irã vai informar a AIEA no dia 24 de maio
Teerã, 21 Mai 2010 (AFP) -O Irã prestará informação, na próxima segunda-feira, à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) do acordo de troca de urânio assinado pelo país com Brasil e Turquia, anunciou nesta sexta-feira a empresa oficial Irna.
"A representação da República Islâmica na AIEA entregará no dia 24 de maio ao diretor-geral da agência uma carta", referente ao acordo com Turquia e Brasil, disse a Irna, citando um texto liberado pelo Conselho Supremo de Segurança nacional.
De acordo com o comunicado, a data foi fixada após consultas com o escritório do diretor-geral da AIEA. Representantes de Turquia e Brasil estarão presentes no ato de entrega da carta.
O acordo assinado na segunda-feira em Teerã prevê a troca na Turquia de 1.200 kg de urânio levemente enriquecido (3,5%) por 120 kg de combustível enriquecido a 20% disponibilizado pelas grandes potências e destinado ao reator de pesquisas nucleares com finalidades médicas de Teerã.
A AIEA havia proposto, em outubro, que o Irã enviasse 1.200 kg de urânio levemente enriquecido à Rússia, para ser enriquecido a 20% antes de ser transformado pela França em combustível para o reator.
No entanto, o Irã não chegou a aceitar a oferta, alegando falta de garantias.
Na quarta-feira, o diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, declarou em Bucareste que a agência aguardava um comunicado por escrito do Irã em relação a esse acordo.
"Na segunda-feira, dia 17 de maio, fui informado sobre uma declaração assinada entre os primeiros-ministros do Irã, da Turquia e do Brasil, afirmando que o Irã entraria em contato com a AIEA no prazo de uma semana. Então, espero a nota por escrito. É a situação atual", disse à imprensa.
Cresce a tensão entre as duas Coreias por naufrágio
SEUL/PEQUIM (Reuters) - A Coreia do Sul anunciou na segunda-feira novas medidas econômicas contra a Coreia do Norte em retaliação pelo naufrágio de um navio militar, e ambos os lados intensificaram sua retórica belicista.
Os Estados Unidos, que apoiam a Coreia do Sul, alertaram que a situação é "altamente precária", A China, único aliado importante do Norte, pediu calma.
Na semana passada, investigadores internacionais concluíram que a Coreia do Norte torpedeou a corveta sul-coreana Cheonan em março, matando 46 marinheiros, num dos piores incidentes entre os dois países desde a Guerra da Coreia (1950 a 1953).
Os Estados Unidos, que têm 28 mil soldados na Coreia do Sul, manifestaram total apoio a Seul e disseram estar empenhados em evitar que a situação se agrave. A secretária de Estado Hillary Clinton está em visita a Pequim, onde participa da pressão dos EUA sobre a China para controlar as atitudes do seu isolado vizinho.
A China evitou se posicionar nesse assunto. Analistas dizem que Pequim teme a instabilidade na Coreia do Norte.
A retórica agressiva tem assustado investidores, mas analistas duvidam que a Coreia do Norte ouse ir à guerra, pois sabe que suas forças são tecnicamente inferiores às da Coreia do Sul e EUA. Para Seul, um conflito armado seria desastroso para os investimentos econômicos no país.
"Peço solenemente às autoridades da Coreia do Norte (...) que se desculpem imediatamente à República da Coreia (do Sul) e à comunidade internacional", disse o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, pela TV.
Lee disse que levará o caso ao Conselho de Segurança da ONU, onde a Coreia do Norte já foi submetida a duras sanções econômicas por causa de seus programas nuclear e de mísseis.
Além disso, Seul proibiu todo o comércio, os investimentos e as visitas à Coreia do Norte, e proibiu embarcações norte-coreanas de usarem uma rota mais barata nas águas do Sul.
A Casa Branca disse que as sanções sul-coreanas são adequadas, e que o Norte deveria abandonar seu "comportamento beligerante e ameaçador". Mas Hillary não quis falar sobre a possibilidade de novas sanções à Coreia do Norte da ONU, onde a China provavelmente as vetaria.
O governo do Japão também está discutindo eventuais novas sanções a Pyongyang.
Irritado, o regime norte-coreano ameaçou alvejar transmissores que o Sul prometeu instalar para transmitir por rádio mensagens contra a Coreia do Norte. Pyongyang também divulgou nota dizendo ter o direito de ampliar sua dissuasão nuclear.
"A meta da Coreia do Norte é instigar a divisão e o conflito", disse Lee no memorial de guerra em Seul. "Já é hora de o regime norte-coreano mudar."
Coreia do Norte rompe relações com Coreia do Sul
Em escalada de tensão, Pyongyang corta comunicações com Seul e anuncia expulsão de sul-coreanos de complexo industrial
A Coreia do Norte anunciou nesta terça-feira o rompimento de todas as suas relações com a Coreia do Sul e o corte das comunicações entre os dois países, informou a agência de notícias oficial do país, KCNA, em meio à crescente escalada de tensão na Península Coreana após o naufrágio de um navio de guerra sul-coreano pela Coreia do Norte, informou a agência sul-coreana "Yonhap".
Os norte-coreanos anunciaram também que expulsarão todos os sul-coreanos que trabalham no complexo industrial de Kaesong, localizado ao norte da linha que separa os dois países, ainda que seja financiado por Seul, acrescentou a mesma fonte.
Todos os barcos e os aviões sul-coreanos terão acesso proibido às águas territoriais e ao espaço aéreo norte-coreano, explicou a agência.
Em comunicado do norte-coreano Comitê para a Reunificação Pacífica da Coreia, o regime comunista afirmou que não haverá mais diálogo entre as Coreias durante o mandato de Lee Myung-bak como presidente da Coreia do Sul, segundo "Yonhap".
Ameaças de reação militar
O anúncio foi feito horas depois de o governo comunista norte-coreano ter ameaçado lançar uma ação militar caso a Coreia do Sul viole suas águas territoriais no litoral oeste. "Se as intrusões do lado do Sul em nossas águas territoriais continuarem, a RDPC (República Democrática Popular da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte) colocará em vigência medidas militares práticas para defender suas águas, como já esclareceu, e o lado do Sul será totalmente responsabilizado por todas as consequências", disse a agência de notícias norte-coreana KCNA, citando autoridades de primeiro escalão.
A furiosa guerra de palavras - o Norte se refere ao governo do Sul como "gângsteres militares, tomados pela febre da guerra" - surge depois de um relatório de investigadores internacionais divulgado na semana passada acusar a Coreia do Norte de torpedear a corveta sul-coreana Cheonan, em março, matando 46 marinheiros.
Comércio suspenso
Na segunda-feira o presidente sul-coreano Lee Myung-bak reduziu o comércio com seu empobrecido vizinho do norte e impediu que navios comerciais norte-coreanos viajem por suas águas. Ele também disse que pretende levar o caso para o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
Em um discurso transmitido pela televisão, o presidente sul-coreano afirmou que seu país estava se esquecendo de que "divide a fronteira com um dos países mais propensos à guerra do mundo". "Exorto as autoridades da Coreia do Norte a fazer o seguinte: pedir desculpas à Coreia do Sul e à comunidade internacional. Punir imediatamente os responsáveis e os envolvidos no incidente."
Muitos analistas duvidam que os dois países se arriscariam a ir a uma guerra, o que seria suicídio para o Norte e economicamente catastrófico para o Sul.
EUA aumentam pressão
Na segunda-feira, os EUA aumentaram a pressão sobre o regime de Pyongyang com o anúncio de que o Pentágono realizará exercícios navais conjuntos com a Coreia do Sul. O porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA, Bryan Whitman, disse que as manobras serão feitas "em um futuro próximo" e terão o objetivo de melhorar a capacidade dos dois países de detectar a presença de submarinos inimigos e bloquear a passagem de embarcações com carga nuclear.
O governo do presidente americano, Barack Obama, "deu ordens a seus comandantes para que se coordenem estreitamente com seus pares sul-coreanos, para garantir que estejam preparados e impeçam futuras agressões", segundo um comunicado emitido nesta madrugada, no qual a Casa Branca expressa seu "inequívoco" apoio militar à defesa da Coreia do Sul.
'Fabricação'
As medidas foram anunciadas menos de uma semana depois que especialistas dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Austrália e Suécia concluíram, em um relatório, que o navio militar sul-coreano foi afundado depois de ser atingido por um torpedo da Coreia do Norte.
De acordo com o relatório, partes do torpedo recuperadas do fundo do mar mostram um tipo de letra encontrado em outros torpedos norte-coreanos. A Coreia do Norte nega qualquer envolvimento no incidente, afirmando que os resultados da investigação são uma "fabricação", e ameaçando com guerra, caso sejam impostas novas sanções.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
EUA ameaçam Coreia do Norte após ataque em março à Coreia do Sul
Os Estados Unidos disseram à Coreia do Norte nesta quinta-feira (20) que o ataque de torpedo que afundou um navio de guerra sul-coreano "definitivamente terá consequências".
.Mais cedo, a Coreia do Sul afirmou que o vizinho e rival foi responsável por ter torpedeado um navio de guerra sul-coreano em março, matando 46 marinheiros.
A agressão foi um "ato gratuito", segundo comunicado do Departamento de Estado dos EUA.
"Claramente, foi uma provocação séria da Coreia do Norte e definitivamente haverá consequências", disse P.J. Crowley, porta-voz da chancelaria americana.
Nova rotina de Ruanda é marcada por ordem, tensão e repressão
Alguns meses atrás, Gasigwa Gakunzi estava passando tempo numa casa em ruínas, onde crianças pobres pagam para assistir à televisão, quando a polícia ruandesa o prendeu por vadiagem. Quando menos percebeu, ele foi arrancado de sua família e enviado a essa remota ilha no meio do Lago Kivu.
Gasigwa, de 14 anos, passa seus dias aprendendo canções patrióticas e como marchar como um soldado. À noite, ele dorme num enorme galpão de metal com centenas de homens e meninos amontoados, um colchão ao lado do outro.
“Por favor, ligue para meu pai”, sussurrou ele. “Ele não faz ideia de onde estou”.
Quase 900 pedintes, sem-teto e pequenos ladrões, incluindo dúzias de crianças, foram recentemente retirados das ruas impecavelmente varridas do país, e enviados – sem julgamento ou citação em tribunal – a esse desconhecido posto. Eles passarão três anos aqui sendo “reabilitados”, aprendendo habilidades como preparação de tijolos, corte de cabelo e manutenção de motocicletas.
Trata-se de um dos projetos de auto-aprimoramento mais novos do país, e parece ser um símbolo adequado do que muitos analistas políticos e grupos de Direitos Humanos dizem que Ruanda se tornou: ordenada, mas repressiva.
Sob o comando do presidente Paul Kagame, este país, que explodiu em chacinas étnicas há 16 anos, é um dos países mais seguros, limpos e menos corruptos do continente. A capital, Kigali, não é rodeada por favelas em crescimento, e sequestros relâmpago – um problema mortal em muitas cidades africanas – são praticamente inexistentes por aqui. As estradas são eficientemente pavimentadas; existe seguro-saúde nacional; bairros organizam faxinas mensais; a rede de computadores está entre as melhores da região; e as fontes públicas estão cheias de água, e não mato. Tudo isso foi conseguido em um dos países mais pobres do mundo.
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Irã pode cancelar acordo nuclear se sanções forem aprovadas na ONU
Um influente parlamentar iraniano afirmou nesta quinta-feira (20) que o seu país poderá cancelar o recente acordo nuclear intermediado nesta semana com Turquia e Brasil, caso as sanções económicas no Conselho de Segurança da ONU, planejadas pelos Estados Unidos e a União Europeia, sejam aprovadas.
"Caso o Ocidente aprove uma nova resolução contra o Irã, não nos comprometermos com a declaração de Teerã e o acordo de transferência de combustíveis no exterior será cancelado", afirmou o legislador Mohammad Reza Bahonar à uma agência de notícias local. O cargo de Bahonar no Parlamento iraniano é semelhante ao do presidente da Câmara dos Deputados.
Os governos do Brasil e da Turquia fecharam nesta segunda-feira (17) um acordo com o governo de Teerã, que prevê a troca de combustível em território turco com o objetivo de colocar fim à crise nuclear iraniana e evitar que as sanções econômicas contra o país fossem aplicadas. As negociações contaram com a participação direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do primeiro-ministro turco Tayyip Erdogan.
De acordo com a negociação, o Irã se comprometeria a enviará 1.200 kg de urânio de baixo enriquecimento para a Turquia, que devolveria o material enriquecido para um reator de pesquisas do Irã. Depois de até um ano, pelo acordado, o Irã deverá receber 120kg de urânio enriquecido a 20%. De acordo com o porta-voz do ministério das Relações Exteriores iraniano, o urânio enriquecido seria supervisionado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA) na Turquia.
Embora tenham elogiado os esforços dos governos do Brasil e da Turquia, os EUA e a União Europeia, que temem que o país utilize a energia atômica para fins militares, afirmaram que o objetivo do Irã seria apenas ganhar tempo para evitar novas sanções. Pouco depois do anúncio, os EUA fizeram circular pelo Conselho de Segurança das Nações uma resolução sobre as sanções e que teria contado com o apoio de seus cinco membros permanentes - além dos EUA, Reino Unido, França, China e Rússia - e da Alemanha, membro provisório.
"As grandes potências do Conselho de Segurança da ONU chegaram a um concenso sobre o Irã e é muito provável que, em um futuro próximo, uma quarta resolução de sanções se torne operacional contra nosso país," disse Bahonar.
As novas sanções teriam como alvo os bancos iranianos e um pedido para inspecionar navios suspeitos de transportar carga relacionada aos programas nucleares e de mísseis do Irã.
O Irã rejeitou anteriormente o esboço de resolução dizendo que falta legitimidade à proposta e que é improvável que ela seja aprovada. O país diz que suas ambições atômicas são puramente sem fins militares e se recusa a suspender o enriquecimento de urânio.
"Os americanos levarão o desejo de prejudicar a nação iraniana aos seus túmulos", disse o presidente Mahmoud Ahmadinejad a militares na quinta-feira, segundo a agência estatal de notícias IRNA.
Saiba mais sobre a utilização de urânio no Brasil : Aqui
Greenpeace protesta contra British Petroleum por vazamento de óleo
Oito ativistas colocaram uma bandeira com o logo verde, amerelo e branco da companhia manchado de negro, simbolizando o vazamento provocado em 22 de abril passado pela explosão e posterior afundamento da plataforma Deepwater Horizon.
A polícia foi chamada, mas não realizou nenhuma detenção. "O vazamento de petróleo no Golfo do México se originou das decisões tomadas nesse prédio", afirmou um dos manifestantes, Ben Stewart, de 36 anos.
Um porta-voz da BP assinalou, por sua parte, que os militantes abandonaram o prédio e não perturbaram a atividade da companhia. "Nossa prioridade neste momento é controlar a situação no Golfo do México", declarou uma fonte da BP.
20/05/2010 12h14 - Atualizado em 20/05/2010 12h43
Greenpeace protesta contra British Petroleum por vazamento de óleo
Manifestantes hastearam bandeira acusando empresa de poluidora.
Mancha de óleo chegou nesta quinta-feira à Louisiana.
Do G1, com informações da France Presse
Militantes do Greenpeace subiram à sacada do
prédio da BP em Londres (Foto: AP)Militantes da organização ecológica Greenpeace "escalaram" nesta quinta-feira (20) a sede da petroleira britânica British Petroleum (BP) no centro de Londres para protestar contra a maré negra no Golfo do México.
Oito ativistas colocaram uma bandeira com o logo verde, amerelo e branco da companhia manchado de negro, simbolizando o vazamento provocado em 22 de abril passado pela explosão e posterior afundamento da plataforma Deepwater Horizon.
A polícia foi chamada, mas não realizou nenhuma detenção. "O vazamento de petróleo no Golfo do México se originou das decisões tomadas nesse prédio", afirmou um dos manifestantes, Ben Stewart, de 36 anos.
Um porta-voz da BP assinalou, por sua parte, que os militantes abandonaram o prédio e não perturbaram a atividade da companhia. "Nossa prioridade neste momento é controlar a situação no Golfo do México", declarou uma fonte da BP.
terça-feira, 18 de maio de 2010
Aéreas formam aliança no Brasil para biocombustível de aviação
SÃO PAULO (Reuters) - As maiores companhias aéreas do Brasil se aliaram à Embraer e a empresas do setor de biocombustíveis para criar uma entidade que promoverá a busca por um combustível renovável que consiga certificação para ser usado na aviação comercial.
TAM, Gol, Azul, Trip e Embraer formam a aliança com a Algae e a Amyris Brasil, empresas de biotecnologia, e a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), que reúne produtores de etanol. Entidades que representam produtores agrícolas e empresas do setor aeroespacial no Brasil também aderiram.
Em comunicado conjunto, as companhias participantes da Abraba (Aliança Brasileira para Biocombustíveis de Aviação) dizem que o objetivo é obter "biocombustíveis com níveis equivalentes de segurança e custo, em relação aos combustíveis derivados do petróleo".
"A Abraba acredita que a utilização de biocombustíveis sustentáveis produzidos a partir de biomassas é fundamental para manter o crescimento da indústria de aviação em uma economia de baixa emissão de carbono", segundo comunicado.
Contra sanções ao Irã, Brasil promete denunciar EUA
O Itamaraty não escondeu hoje a sua indignação com a atitude dos Estados Unidos de ignorar o acordo extraído pelo Brasil e a Turquia do governo iraniano e enviar uma proposta de novas sanções contra o Irã ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. Como reação, os chanceleres do Brasil e da Turquia encaminharão nesta semana uma carta a cada membro do Conselho. No texto, que na prática funcionará como uma denúncia da posição dos EUA e aliados, Brasil e Turquia defenderão que o acordo traz exatamente os termos exigidos por essas potências e censurarão o fato de Washington não ter dado um prazo para que o Irã pudesse colocá-lo em marcha antes de colocar a máquina das sanções em ação.
"O acordo (de Teerã) é o acordo que eles propuseram. Nós (Brasil e Turquia) apenas estávamos viabilizando uma maneira de chegar ao acordo que estava sobre a mesa. Todas as dificuldades foram superadas", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
Segundo o chanceler, as negociações conduzidas pelas delegações turca e brasileira no último final de semana permitiram eliminar todas as resistências e novas exigências do Irã em relação à proposta de acordo de outubro do ano passado. Conforme argumentou, o governo iraniano aceitou o depósito de 1.200 quilos de urânio levemente enriquecido na Turquia em um prazo de 30 dias e o recebimento, um ano depois, dos elementos combustíveis para o reator de Teerã.
Segundo Amorim, o governo iraniano também se dispôs a informar a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em uma semana sobre o acerto e a dar continuidade às negociações para a recuperação da confiança internacional na finalidade pacífica de seu programa nuclear. Da mesma forma, acatou a presença de inspetores da AIEA - imposição implícita no texto do acordo e que significa uma garantia clara de que o Irã não enriquecerá urânio a 20%.
Na avaliação de Amorim, o acordo de Teerã pode ser considerado um "passaporte para uma solução negociada e pacífica". Nesse sentido, o mínimo esperado dos EUA e de seus aliados seria uma manifestação de boa vontade, que poderia ser traduzida no prazo de pelo menos um mês para que o Irã cumprisse os termos iniciais do acordo. "Ignorar o acordo é desprezar a busca de uma solução pacífica e negociada", declarou Amorim.Brasil e Irã estudam parceria no setor de petróleo
TEERÃ (Reuters) - Brasil e Irã devem assinar um memorando de entendimento que poderá viabilizar a participação de empresas brasileiras na modernização do setor de petróleo da República Islâmica, afirmou neste sábado o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Haroldo Lima.
Em contrapartida, os iranianos ofereceram ao Brasil sondas para a exploração da commodity, revelou.
O documento foi preparado neste sábado pouco antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegar ao país persa para uma visita que durará até segunda-feira. As conversações ocorrem em meio à disputa entre o Irã e potências ocidentais sobre o programa nuclear da República Islâmica.
"Temos equipamentos, engenharia e peças para o setor de petróleo que podem ajudar na modernização deles," disse Haroldo Lima à Reuters, depois de reunir-se com altas autoridades iranianas do setor.
Segundo Lima, os iranianos têm experiência na exploração de petróleo localizado em águas profundas e super profundas, desafio também enfrentado pelo Brasil.
"No Brasil, temos muita carência de empresas que têm a capacidade de fazer a exploração e de ter as sondas. Não há sondas à disposição e elas são caríssimas no mercado internacional," comentou o executivo da ANP. "Eles estão disponibilizando sondas."
De acordo com Lima, os iranianos comentaram ainda que pretendem privatizar algumas refinarias e incentivaram empresas brasileiras a entrar nesses negócios e também a construir mais refinarias no país. O Irã é o quinto maior exportador de petróleo do mundo, mas precisa importar gasolina para abastecer seu mercado doméstico.
O diretor-geral da ANP disse que destacou aos iranianos que o Estado brasileiro também abriu o setor à iniciativa privada no mercado, mas manteve o controle da principal empresa estatal do segmento, a Petrobras.
"Eles disseram que esse também é o ponto de vista deles, mas abriram as portas para o capital brasileiro."
"Tudo isso que eu falei do petróleo vale para o gás natural também," acrescentou, sem dar detalhes.
Lima disse ainda que o Irã tem interesse em ter uma parceria com o Brasil na área de biocombustíveis, uma vez que só têm 5 por cento de etanol misturado na gasolina. No Brasil, complementou o diretor-geral da ANP, esse mix varia entre 20 por cento e 25 por cento.
ENERGIA ELÉTRICA
Outras oportunidades para empresas brasileiras poderá surgir na área de transmissão de energia elétrica, segmento que os iranianos querem aprender com a experiência brasileira.
No domingo, o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, conversará com representantes do governo do Irã para ver como se pode avançar em relação aos termos de um memorando de entendimento já assinado entre os dois países.
"A primeira fase do processo passa por um autoconhecimento," disse o ministro à Reuters, acrescentando que fabricantes de equipamentos e empresas do setor de construção podem se beneficiar.
QUESTÃO NUCLEAR
Lideradas pelos Estados Unidos, potências ocidentais acusam Teerã de buscar a fabricação de armas nucleares e defendem a aplicação de sanções contra o país persa pela Organização das Nações Unidas (ONU). O governo de Mahmoud Ahmadinejad nega ter tal intenção, e alega querer a energia nuclear para fins pacíficos.
Em meio à disputa, o Brasil trabalha para que o Irã alcance uma solução negociada com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), depois que os dois lados chegaram a um impasse sobre a troca de urânio iraniano por combustível nuclear já pronto para o uso.
O Brasil, que utiliza a energia nuclear para gerar eletricidade e quer que o Irã tenha o mesmo direito, tenta ganhar espaço na cena internacional ao buscar o papel de intermediário no episódio. A Constituição brasileira veta a construção de armas nucleares.
A iniciativa, entretanto, é vista com ceticismo por setores da opinião pública doméstica e outros países. Potências ocidentais chegaram a dizer que o Irã queria ganhar tempo na disputa ao aceitar iniciar conversações com o Brasil.
Veja os principais pontos da nova resolução proposta ao CS da ONU
A nova resolução proposta pelos Estados Unidos nesta terça-feira, 18, ao Conselho de Segurança da ONU:
- Repete a antiga demanda para que o Irã suspenda o enriquecimento de urânio e outras atividades nucleares proscritas.
- Reitera a necessidade do Irã de cooperar totalmente com a AIEA.
- Obriga o Irã a cooperar com seu acordo com a AIEA que permite inspeções surpresa em atividades nucleares suspeitas.
- Proíbe o Irã de construir novas usinas de enriquecimento de urânio, assim como novas tecnologias para realizar esta atividade.
- Proíbe o Irã de investir em atividades nucleares como exploração de urânio, enriquecimento de material atômico ou atividades relacionadas a construção de mísseis e armamentos. A comunidade internacional seria obrigada a proibir tais investimentos.
- Adiciona novas restrições convencionais a armas. Países seriam proibidos de vender oito categorias de armamento pesado ao Irã: tanques de batalha, veículos blindados, artilharia pesada, aviões militares, helicópteros militares, navios de guerra, mísseis ou sistemas de fabricação de mísseis. Os países também seriam proibidos de fornecer qualquer assistência ou treinamento em relação a esses itens.
- Pressiona a comunidade internacional a exercer vigilância e restrigir o suprimento de quaisquer armas ao Irã.
- Proíbe o Irã de empreender qualquer atividade relacionada a mísseis capazes de transportar armas nucleares. A comunidade internacional seria proibida de fornecer qualquer ajuda ou tecnologia relacionada a mísseis.
Outras medidas
- Sujeita empresas e indivíduos ligados à Guarda Revolucionária iraniana a um congelamento de bens e possíveis proibições a viagens. Pressiona os países a exercerem vigilância a transações envolvendo a Guarda que possam contribuir para atividades de proliferação nuclear.
- Estabelece um novo sistema de inspeções de carga voluntárias, tanto nos portos como em alto mar, se houver razões para suspeitas de que um navio iraniano esteja carregando carga proibida, como armas convencionais, mísseis ou material nuclear.
- Obriga os países a confiscar e dispor qualquer item proibido encontrado nos navios e os proíbe de prestar quaisquer serviços de apoio, como abastecer navios suspeitos de carregarem tais equipamentos proibidos.
- Para limitar a possibilidade do Irã de se desviar das sanções, a resolução pede aos países que forneçam informações relacionadas ao passos tomados pela Empresa da Navegação da República Islâmica e a divisão de voos de carga do Irã para desrespeitar as sanções, incluindo a renomeação de embarcações, técnica que já foi usada no passado.
Medidas financeiras, comerciais e bancárias
Essas medidas seriam aplicadas quando um Estado tem informações que deem razões para acreditar que algum negócio contribua com a proliferação nuclear iraniana, ou com o desvio das sanções por parte do Irã.
- Estados seriam pressionados a bloquear quaisquer transações financeiras com o Irã, incluindo com a Guarda Revolucionária e a Empresa de Navegação, se houvesse suspeitas de que elas contribuem com atividades de proliferação nuclear.
- Os países seriam pressionados a não permitirem filiais de bancos iranianos em seus territórios se fosse provada uma conexão com a prolfieração nuclear, assim como relações de correspondência bancária.
- Também seria proibido abrir filiais de seus bancos no Irã se houvesse sinais de ligações com a proliferação nuclear.
Medidas para reforçar sanções já implementadas
- A resolução estabelece um novo painel de especialistas da ONU para monitorar a implementação das sanções e recomenda formas de aumentar seu reforço.
- Restabelece um comitê de diálogo.
- Relembra que um pacote de incentivos de 2008 ainda está sobre a mesa.
- Assim como em resoluções anteriores, afirma que as medidas seriam suspensas se o Irã cooperar totalmente com a AIEA.
UE e América Central chegam a acordo de livre comércio
MADRI - A União Europeia (UE) e seis países da América Central chegaram a um acordo na noite de ontem para, gradualmente, instalar o livre comércio entre as duas regiões. "É um acordo abrangente, que inclui uma extensa liberação e regras fortes para o comércio bilateral e investimentos entre a UE e a América Central", disse hoje o comissário europeu de comércio, Karel de Gucht.
O acordo com a América Central, que inclui Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá, vai abrir os mercados para produtos industrializados. Os carros europeus vão ter acesso gratuito à América Central por dez anos, segundo a comissão. As taxas de exportação da banana também vão diminuir por um período de dez anos, enquanto as cotas para a carne bovina e o arroz vão aumentar.
O acordo será formalizado manhã, no fim do encontro. A UE espera que ele seja ratificado ainda este ano. América Central e UE começaram as negociações sobre comércio em 2007, embora as conversas sobre outros acordos estejam se arrastado há muito mais tempo. O encontro dos ministros da UE e da América Latina, que começou ontem e termina amanhã, prevê ainda a assinatura de um acordo de livre comércio com a Colômbia e o Peru.
Mercosul
A reunião também retomou as conversas estabelecidas anteriormente com o Mercosul, o bloco econômico mais importante na América Latina. O Mercosul abrange potências agrícolas, como Brasil e Argentina, além de Paraguai e Uruguai. A Venezuela está em processo de se tornar um membro.
A UE e o Mercosul negociaram entre 2000 e 2004, mas as conversas foram paralisadas por causa dos subsídios agrícolas europeus e das tarifas alfandegárias da América do Sul para produtos industrializados. Ainda não está claro se as questões mais espinhosas poderão ser superadas desta vez.
Na semana passada, dez países da UE, liderados pela França, publicaram um protesto conjunto, alegando que a retomada das conversas de livre comércio com o Mercosul dispara um "alerta altamente negativo" para os fazendeiros europeus, que têm enfrentado dificuldades. O documentou acrescentou que futuras concessões do setor agrícola "seriam inaceitáveis".
Como resultado da crise financeira, alguns países aumentaram o protecionismo, disse o ministro do Planejamento do Brasil, Paulo Bernardo. "É preciso que haja concessões (da Europa na agricultura), caso contrário vai ser muito difícil chegar a um acordo".
O Brasil, que experimenta um crescimento econômico acelerado e cuja influência diplomática está cada vez maior, não deve fazer concessões. "É um momento de demandas", disse Thiago Aragão, analista político da consultora Arko Advice, em Brasília. "Eu não acho que os grandes produtores agrícolas do Brasil vão fazer concessões. Acredito que essas conversas não vão ter resultados definitivos".
Os setores agrícolas na América Central, no Peru e na Colômbia são bem menos desenvolvidos do que no Brasil, o que torna fácil para a UE avançar nas negociações de comércio com esses países, explicou Aragão. As informações são da Dow Jones.
sábado, 15 de maio de 2010
Governo do Irã vê condições para fechar acordo com Lula
O acordo citado pelo porta-voz iraniano sugere que o Irã aceite enviar urânio pouco enriquecido para o exterior e receber o urânio de melhor qualidade em retorno. A proposta é apoiada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Vou conversar com muita franqueza com o presidente iraniano, com a franqueza que uma conversa dessas precisa ter, lamentando que os outros presidentes não tenham conversado com o presidente do Irã"
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, em entrevista no Catar
Críticas
Em entrevista coletiva concedida após o encontro com o emir do Catar, Hamad bin Khalifa Al Thani, em Doha, no Catar, neste sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não entende o ceticismo da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, sobre a possibilidade de o Irã mudar, por meio do diálogo, sua postura em relação ao programa nuclear .
Nesta sexta-feira (14), Hillary Clinton reafirmou o ceticismo dos Estados Unidos quanto às chances de sucesso no diálogo com o o Irã.
Lula fez ainda críticas indiretas à forma como os Estados Unidos negociaram soluções para o impasse a cerca do programa nuclear do Irã. Questionado sobre a declarações de Hillary Clinton, Lula reprovou o envio de "funcionários de terceiro escalão" para discussões diplomáticas tratadas pelo Conselho de Segurança da ONU.
"Política não é uma coisa de que se pode fazer transferência, terceirizando. Eu mando um funcionário de terceiro escalão do governo para negociar uma coisa grave que o Conselho de Segurança está decidindo", disse.
Lula também afirmou que se criou uma "expectativa exagerada" em relação ao assunto. "Vou conversar com muita franqueza com o presidente iraniano, com a franqueza que uma conversa dessas precisa ter, lamentando que os outros presidentes não tenham conversado com o presidente do Irã", afirmou Lula.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, informou à agência de notícias oficial IRNA, que acredita na possibilidade de o país fechar acordo para a troca de combustível nuclear. "Sobre as negociações, acredito que as condições tendem para levar a um acordo sério sobre a troca", afirmou o porta-voz.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja neste sábado (15) para Teerã com a intenção de reduzir as tensões por causa do programa nuclear iraniano, que os Estados Unidos e os aliados ocidentais suspeitam ter como objetivo produzir armamento nuclear
terça-feira, 11 de maio de 2010
Mortes durante greve geral agravam crise grega
As mortes foram de duas mulheres e um homem, empregados do banco Marfin Eganatia Bank. Os funcionários tentavam escapar do fogo e acabaram asfixiados ao se refugiar em um andar superior do edifício.
A notícia correu como pólvora entre os participantes dos protestos, o que exacerbou ainda mais os ânimos, como pôde a Agência Efe pode comprovar nos arredores da Praça de Sintagma, onde começaram os choques entre os manifestantes e forças da Polícia que vigiavam o edifício do Parlamento.
As ruas e avenidas do centro da capital grega foram palco de distúrbios protagonizados por uma população revoltada com o plano draconiano de cortes anunciado pelo Governo do primeiro-ministro, Giorgos Papandreou.
O líder socialista foi ao Parlamento, onde condenou a violência e as mortes dos três trabalhadores: "A violência leva à violência", declarou consternado pelo que qualificou como "tragédia" e "assassinato". Disse ainda: “É preciso que todas as forças políticas enviem uma mensagem de responsabilidade política. Ninguém tem o direito de jogar com a sorte da pátria e com as vidas dos cidadãos. Ninguém está livre das responsabilidades".
O presidente da Câmara, Fílipos Pechálnikos, em declarações durante uma sessão paralela aos protestos, pediu um minuto de silêncio em honra aos mortos.
Em Atenas, o gás lacrimogêneo lançado por unidades antidistúrbios se misturava a fumaça dos contêineres incendiados. Automóveis e a sede de um escritório de inspeção da Fazenda em Atenas também pegaram fogo.
Em outras cidades gregas, como Salônica, Patras e Ioanina, também acontecem protestos violentos, embora não haja informação sobre vítimas.
A greve geral convocada na Grécia para hoje pelos principais sindicatos, que também afetou à imprensa, é a quarta neste ano. Ela foi amplamente divulgada por diversos meios de comunicação que fizeram eco imediato à violência dos protestos. Assim, o tráfego aéreo, marítimo e ferroviário no país mediterrâneo ficou paralisado, enquanto o trem metropolitano de Atenas funcionou só nas horas convenientes para ir às manifestações.
Entre 25 mil e 100 mil pessoas participaram dos protestos, segundo fontes policiais e sindicais, respectivamente.
O dia de greve geral na Grécia fechou com uma nova queda da Bolsa de Atenas, que fechou com em baixa de 3,91% .
Cruz Vermelha confirma existência de prisão secreta dos EUA no Afeganistão
Uma base aérea dos Estados Unidos em Bagram, no Afeganistão, contém uma unidade para a detenção de prisioneiros que é separada de sua prisão principal, de acordo com a Cruz Vermelha. Nove ex-prisioneiros declararam que foram detidos em um prédio separado onde sofreram abusos.
Militares americanos dizem que a prisão principal, hoje chamada de Centro de Detenção de Parwan, é a única unidade de detenção existente na base. Eles acrescentaram, no entanto, que vão investigar as denúncias de abusos feitas.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (ICRC, na sigla em inglês) disse que desde agosto de 2009 as autoridades americanas vêm informando à organização os nomes de pessoas detidas em uma unidade separada em Bagram.
Há supostos abusos cometidos na prisão secreta, como os espancamentos por soldados americanos no momento da detenção, prisioneiros deliberadamente impedidos de dormir, nenhuma notificação à família sobre paradeiro dos detentos, luzes ficam acesas 24 horas por dia, dentre outras.
As declarações do ICRC foram feitas quando o comitê foi questionado sobre a existência da unidade, conhecida, entre muitos ex-prisioneiros, como Prisão "Tor", em tradução literal do idioma pashtun, "prisão negra".
Nas últimas semanas, foram registrados depoimentos de nove prisioneiros que dizem terem sido detidos lá. Os relatos individuais são consistentes. Os homens teriam sido mantidos em isolamento em celas frias com luzes acesas dia e noite. Eles também teriam sido impedidos de dormir pelos militares americanos.
Em resposta às denúncias, o vice-almirante Robert Harward, responsável pelas prisões americanas no Afeganistão, negou a existência da unidade ou quaisquer abusos. Ele disse que o Centro de Detenção de Parwan é o único do tipo mantido pelos Estados Unidos no Afeganistão.
Israel acusa líderes árabes israelenses de traição e espionagem
A prisão de dois dos mais proeminentes líderes dos cidadãos árabes de Israel, Amir Makhoul e Omar Sayid, gerou protestos da comunidade árabe e de grupos de direitos humanos, que acusam as autoridades israelenses de tentar "silenciar a luta legítima dos árabes de Israel por seus direitos". Eles foram presos por iniciativa do Shin Bet, o serviço de inteligência interna, e as detenções foram mantidas em sigilo, por ordem judicial, durante vários dias.
Segundo os parentes dos detidos, policiais e agentes secretos vestidos à paisana invadiram suas casas durante a madrugada e confiscaram computadores, telefones celulares e documentos. Assim, os prisioneiros ficaram incomunicáveis durante vários dias, e a imprensa local foi proibida de divulgar qualquer informação sobre seu súbito desaparecimento.
Amir Makhoul é escritor e presidente da Ittijah, uma união de 80 ONGs da comunidade árabe israelense, e Omar Sayid é membro do partido Balad, que tem três representantes no Parlamento.
De acordo com a imprensa local, ambos são suspeitos de ter mantido contatos com um "agente estrangeiro" do grupo Hezbollah e teriam cometido atos de traição.
'Evidências sólidas'
O ex-chefe do Shin Bet Avi Dichter disse à radio estatal de Israel, Kol Israel, que os serviços de inteligência "não teriam prendido essas pessoas se não possuíssem evidências sólidas de que realmente traíram o país". "Os dois são pessoas adultas e instruídas e sabem muito bem o que significa manter contatos com agentes estrangeiros", afirmou. Ainda acrescentou: "O Hezbollah faz todos os esforços para recrutar árabes israelenses pois sabem que, como cidadãos de Israel, eles têm total liberdade de movimentação e portanto têm fácil acesso às informações que podem ser úteis para os terroristas".
No entanto, líderes da população árabe afirmam que tanto Makhoul como Sayid são lideres políticos e comunitários e não tem envolvimento algum com atividades ilegais.
Como presidente da união de ONGs, Makhoul costuma participar de fóruns e conferências internacionais, inclusive no mundo árabe, para angariar verbas para a organização.
Contatos
De acordo com Jafer Freih, diretor da ONG Mossawa, que presta assistência jurídica para a comunidade árabe, nessas conferências participam pessoas de todo o mundo árabe, "inclusive líbios, iranianos, libaneses e iraquianos". Disse ainda, ao site de notícias Ynet, que "é natural que nessas conferências se criem contatos com outros participantes e nenhum de nós vai correndo verificar se uma pessoa ou outra se encontra na lista negra dos serviços secretos de Israel".
A advogada da Ittijah, Wakim Salame, afirmou que a política do governo israelense em relação aos cidadãos árabes do país é "agressiva". "Não é por acaso que escolheram Amir (Makhoul), eles querem que vivamos como animais domesticados em uma ratoeira", disse a advogada.
Os cidadãos árabes de Israel constituem 20% da população do país, cerca de 1,5 milhão de pessoas, e segundo as organizações que os representam, são tratados como cidadãos "de segunda categoria".
O ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, declarou que "há evidencias mais do que sólidas" contra Makhoul e Sayid. "Essas pessoas têm mais afinidade com os valores do Irã, Hezbollah e Coreia do Norte e vale muito a pena isolá-los da sociedade", afirmou ele.
Cinzas vulcânicas fecham aeroportos no norte da África
A nuvem de cinzas resultante da segunda erupção do vulcão Eyjafjallajokul, na Islândia, causou nesta terça-feira o fechamento de aeroportos no Marrocos, norte da África, pela primeira vez.
Até o momento, os cancelamentos de vôos estavam restritos à Europa. Mas, nesta terça-feira, as autoridades de aviação civil do Marrocos determinaram o cancelamento de vôos saindo de Rabat, Casablanca e outras cidades do país.
Os aeroportos de Tangiers, Tetouan e Essaouira também foram fechados. De acordo com a agência de notícias francesa AFP, um total de oito aeroportos foram fechados no país nesta terça-feira.
Além do norte da África, a nuvem de cinzas também levou à imposição de restrições a voos no Aeroporto Internacional de Istambul, na Turquia, que proibiu vôos que passassem pela região a noroeste do aeroporto durante quatro horas.
Espanha
O sul da Espanha também foi afetado pela nuvem de cinzas vulcânicas, e aeroportos nas Ilhas Canárias foram fechados. Os aeroportos de La Palma, Sevilha e Jerez também foram atingidos pelas cinzas.
Os aeroportos de Tenerife, La Gomera e Badajoz foram fechados e reabertos depois de algumas horas. A nuvem de cinzas estaria se aproximando da região sudeste da França, mas sua altitude seria alta demais para afetar os vôos no país.
A agência de tráfego aéreo européia, a Eurocontrol, afirmou que espera a realização de 29 mil vôos nesta terça-feira, o que é um número próximo do normal para esta época do ano. Na segunda-feira, foram realizados somente 29.155.
As restrições de viagens em altitudes entre 6 mil e 10,5 mil metros ainda estão em vigor, afetando principalmente os transatlânticos.
Desvio e atrasos
De acordo com a correspondente da BBC em Madri, na Espanha, Sarah Rainsford, a maior parte da nuvem de cinzas agora está acima do oceano Atlântico.
Com isso, as viagens transatlânticas estão sendo afetadas, ficando mais longas e com mais atrasos, já que os pilotos precisam voar em volta da nuvem.
O vulcão na Islândia teve sua primeira erupção há quase um mês, fechando o espaço aéreo em toda a Europa por quase uma semana e deixando centenas de milhares de passageiros presos em aeroportos.
Os prejuízos foram enormes. Apenas a companhia aérea de vôos mais baratos Easyjet teve que cancelar mais de 6,5 mil vôos e anunciou que a paralisação custou até US$ 110 milhões à companhia. A Easyjet agora está tentando conseguir uma indenização de governos de vários países.
Vulcanologistas islandeses disseram à agência de notícia AFP que ainda não sabem quando o vulcão vai parar com as erupções.