terça-feira, 12 de maio de 2009

Detido nas Filipinas médico da OMS suspeito de pedofilia

12/05/09

Um médico australiano da Organização Mundial da Saúde (OMS) foi detido nas Filipinas por suspeitas de ter abusado sexualmente de uma criança de 12 anos, informou hoje a Polícia local.

O médico, de 47 anos e que não teve sua identidade revelada, foi surpreendido na sexta-feira passada quando estava despido e junto ao menor, dentro de um carro estacionado em Makati, o distrito financeiro da capital.

Um filipino que teria sido intermediário da relação também foi detido.

A OMS confirmou que o médico trabalha para seu escritório regional em Manila, e reiterou que condena qualquer tipo de exploração infantil.

Até 2006, a legislação filipina punia a pedofilia com a pena de morte, mas agora impõe uma pena máxima de prisão perpétua e multa de até 5 milhões de pesos (mais de US$ 105 mil).

Segundo dados de várias ONGs, cerca de 300 mil menores de ambos os sexos exercem a prostituição nas Filipinas, apesar dos esforços das autoridades de combater o problema.

Ataque dos EUA mata 8 em região tribal paquistanesa

12/05/09

Pelo menos oito pessoas morreram em um novo ataque com mísseis supostamente de autoria de um avião americano não-tripulado em uma região tribal do Paquistão, informou nesta terça-feira a imprensa local.

Vários mísseis atingiram um complexo na região de Sarakhora, situada na demarcação tribal do Waziristão do Sul e muito próxima à fronteira com o Afeganistão, segundo as emissoras Geo TV e Express TV.

Após o ataque, que deixou um número indeterminado de feridos, um grupo de insurgentes se aproximou da região, informou a Geo TV. O Waziristão do Sul é reduto do líder dos talibãs paquistaneses, Baitullah Mahsud, e de outros importantes líderes insurgentes.

Mahsud ameaçou em repetidas ocasiões recorrer a ataques suicidas no Paquistão para resistir a estas ações. As montanhosas áreas tribais, que nunca estiveram sob completo domínio do Estado paquistanês, servem ainda de refúgio a membros da rede terrorista internacional Al-Qaeda.

EUA advertem Coréia do Norte sobre segundo teste nuclear

12/05/09

O representante especial dos Estados Unidos para a Coréia do Norte, Stephen Bosworth, disse nesta terça-feira para Pyongyang não realizar um segundo teste nuclear, pois seria "a direção equivocada" para a estabilidade da região asiática.

"Tenho muitas esperanças de que a Coreia do Norte não fará outro teste (nuclear). Acho que seria um passo na direção equivocada", disse Bosworth em Tóquio antes de retornar a Washington, segundo a agência local Kyodo.

O funcionário americano ressaltou que os outros participantes do diálogo de seis lados estão convencidos de que "a conversa e a negociação (com a Coréia do Norte) são os únicos métodos adequados para resolver as questões pendentes".

O processo de diálogo de seis lados - que começou em 2003 e tem a participação das duas Coreias mais EUA, Japão, China e Rússia - está estagnado desde dezembro, devido à falta de avanços na verificação da desnuclearização do regime comunista.

Pyongyang anunciou em 14 de abril que abandonava o diálogo de seis lados como represália à condenação do Conselho de Segurança das Nações Unidas por seu lançamento, no dia 5 de abril, de um foguete de longo alcance.

A Coréia do Norte ameaçou ainda realizar um novo teste nuclear e lançar um míssil intercontinental caso o Conselho de Segurança não se desculpar.

O regime stalinista realizou seu primeiro teste nuclear em outubro de 2006, o que gerou sanções da ONU. Bosworth pediu também que Pyongyang volte em breve à mesa de negociações para sua desnuclearização.

"Estamos comprometidos com o diálogo e estamos obviamente interessados em voltar à mesa de negociações o mais rápido possível", disse.

"Mas esta decisão não depende só de nós, depende também da Coreia do Norte", concluiu.

Austrália encerrará missão militar no Iraque em julho

12/05/09

A Austrália vai encerrar sua missão militar no Iraque no dia 31 de julho, mais de seis anos após enviar suas primeiras tropas para apoiar a invasão liderada pelos Estados Unidos, informou nesta terça-feira a rádio local ABC.

Segundo informações do Departamento de Defesa australiano a medida deve afetar os 45 militares que ainda permanecem no país árabe em trabalhos que não estão ligados a combates.

A Austrália retirou no ano passado os 550 soldados que mantinha desdobrados no Iraque, após a chegada ao poder dos trabalhistas com a vitória nas eleições de 2007.

Em março de 2003, o Governo conservador de John Howard, firme aliado do então presidente americano, George W. Bush, enviou tropas para invadir o país, apesar de a maioria da população rejeitar a operação.

Durante mais de seis anos no Iraque, as tropas australianas não registraram mortes em suas fileiras.

A partir de agora, aproximadamente 100 funcionários do Departamento de Defesa australiano ficarão no país para garantir a segurança do pessoal da Embaixada da Austrália em Bagdá.

Exército paquistanês pede que civis deixem área de combate

12/05/09

O exército do Paquistão pediu nesta terça que a população saia dos distritos do norte do país onde está combatendo a insurgência talibã, e disse que já matou 751 insurgentes em duas semanas de operação militar.

Apesar dos "sucessos consideráveis" obtidos até agora pelo Exército, seu porta-voz, Athar Abbas, disse que "só se conseguirá realmente acabar com os militantes quando a maioria dos cidadãos tiver saído da zona de conflito".

As operações militares ocorrem em Swat e em vários outros distritos da divisão de Malakand, na Província da Fronteira Noroeste.

Em entrevista coletiva em Islamabad, televisionada ao vivo pelos canais paquistaneses, Abbas disse que as tropas "só" estão bombardeando "os esconderijos, campos de treinamento e centros de munição e logística" dos fundamentalistas quando há "informação de inteligência".

Segundo o porta-voz, o exército matou 751 insurgentes, 402 deles no Vale de Swat.

Um total de 29 membros das forças de segurança morreu na ofensiva, 18 deles em Swat, enquanto outros 77 ficaram feridos, acrescentou.

A operação em Malakand causou um êxodo em massa de população, que o Exército calculou hoje em 1,3 milhão de pessoas, mas a ONU afirmou hoje, em comunicado, que registrou 501,496 mil deslocados desde o início de maio.

O porta-voz militar negou que o exército tenha causado vítimas civis, reiterou que as tropas estão agindo com cautela e evitando o confronto em grandes núcleos urbanos, e prometeu divulgar em breve à imprensa imagens e vídeos de cadáveres de insurgentes.

A ausência de jornalistas e organismos independentes nas áreas de conflito torna impossível contrastar os números oferecidos regularmente pelo comando militar.

Abbas informou também que helicópteros do Exército transportaram hoje soldados até uma zona considerada reduto do líder talibã local, o mulá Fazlullah, no Vale de Swat.

"Tropas transportadas por helicópteros aterrissaram em Peochar. Têm a missão de realizar operações de rastreamento e destruição", disse, em referência a uma zona escassamente povoada e sob controle talibã situada no norte do distrito.

Três europeus são detidos por pedofilia na Tailândia

12/05/09

Dois cidadãos suecos e um britânico foram detidos nesta terça pela polícia da Tailândia acusados de crime de pedofilia, depois que a Interpol advertiu os corpos de segurança tailandeses sobre a presença deles no país.

Os suecos Karl Erik Berglund, 60 anos, e Lars Anders Ellerman, 65 anos, e o britânico George Stanley Gibbs, 67 anos, foram detidos na cidade litorânea de Pattaya, cerca de 160 km ao sudeste de Bangcoc, aonde viajaram em um voo organizado da Suécia, segundo a Interpol.

Em outubro de 2007, a polícia tailandesa deteve nos arredores de Bangcoc o então pedófilo mais procurado pela Interpol, o canadense Christopher Neil, ligado a pelo menos 12 casos no Camboja, Tailândia e Vietnã.

Neil foi condenado por um tribunal tailandês em 2008 a três anos de prisão por corrupção de menores e a outros 39 meses por abuso de dois menores, e posse de fotografias e vídeos pornográficos com suas vítimas.

Obama pressionará por acordo de paz no Oriente

12/05/09

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pressionará a favor de um acordo de paz no Oriente Médio ao longo de uma série de reuniões que manterá com líderes da região nas próximas duas semanas, afirmou hoje a Casa Branca.

Obama deve receber na Casa Branca na próxima segunda-feira o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que lidera uma coalizão de direita e que até agora não se pronunciou em público a favor de um Estado palestino.

No dia 26, dialogará com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, e, no dia 28, verá o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, disse o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, em comunicado.

As reuniões fazem parte de uma série de encontros para tentar reativar as conversas de paz entre israelenses e palestinos.

No final de abril, Obama já tinha se reunido com o rei Abdullah II da Jordânia e, na semana passada, encontrou o presidente israelense, Shimon Peres.

Nas reuniões dos próximos dias, Obama abordará com cada um dos líderes as "vias nas quais os Estados Unidos podem fortalecer e aprofundar nossas alianças, assim como os passos que todas as partes deveriam adotar para contribuir à conquista da paz entre Israel e os palestinos, e entre Israel e os Estados árabes", disse Gibbs.

Em entrevista publicada na segunda-feira pelo jornal "The Times", o rei Abdullah da Jordânia afirmava que Obama abordaria os detalhes de um plano de paz para solucionar o conflito do Oriente Médio nas reuniões em Washington.

Obama deve se dirigir ao mundo islâmico em 4 de junho do Egito, após o qual, em julho ou agosto, acontceria uma conferência de paz com todas as partes em conflito.

O discurso, que cumpre uma promessa eleitoral de Obama, tem como objetivo explorar "como podemos trabalhar juntos para garantir a paz e a segurança de nossos filhos neste país e no mundo muçulmano", disse Gibbs, na semana passada.

Talibãs suicidas atacam edifício do Governo e matam 9

12/05/09

Pelo menos nove pessoas morreram hoje e 16 ficaram feridas em ataques contra um edifício governamental lançado por um grupo de supostos talibãs com coletes de na cidade afegã de Khost, informou o Ministério da Defesa afegão.

"Nestes ataques terroristas", nove homens morreram e outros 16 ficaram feridos, afirmou o ministério, em comunicado.

Segundo a nota, um grupo de 11 talibãs suicidas atacou um edifício governamental na cidade de Khost, capital da província homônima.

A fonte acrescentou que membros do Exército afegão e efetivos policiais responderam ao ataque e mataram "todos os terroristas".

O chefe do Departamento de Saúde Pública, Amir Padash Rahmatzai, disse à Agência Efe que as autoridades sanitárias receberam os cadáveres de quatro membros das forças de segurança e de dois civis.

Antes, o porta-voz do Ministério do Interior afegão, Zemarai Bashary, dissera à Efe que "dois suicidas detonaram seus explosivos perto dos escritórios do governador e do prefeito, mas não posso dizer quanta gente morreu".

O porta-voz talibã Zabiullah Mujahid afirmou à Efe, por telefone de um lugar não especificado, que havia 30 atacantes e que ainda havia combates na zona.

Khost é uma das províncias com maior atividade dos talibãs, com mais presença nas zonas do país onde predomina a etnia pashtun.

Todos os anos, morrem no Afeganistão milhares de pessoas vítimas da violência e dos combates entre os insurgentes talibãs contra o Exército regular afegão e as tropas internacionais no país.

França diz não ter "elementos" sobre possível atentado

12/05/09

A ministra do Interior francesa, Michèle Alliot-Marie, assegurou nesta terça que não possui "elementos" sobre o eventual atentado terrorista contra o aeroporto de Charles de Gaulle, em Paris, que, segundo a Justiça italiana, era planejado por dois supostos membros da rede terrorista Al-Qaeda.

A ministra disse hoje perante a Assembléia Nacional francesa que não há nada que permita pensar "seriamente em uma ameaça de atentado" no aeroporto da capital francesa.

As declarações de Alliot-Marie vêm a público pouco depois de a Justiça italiana ter emitido duas ordens de detenção contra dois supostos membros da Al-Qaeda, de nacionalidade francesa, presos na cidade de Bari, no sul da Itália, os quais supostamente planejavam atacar o aeroporto em Paris.

A ministra francesa assegurou aos deputados que o governo mantém a máxima vigilância perante possíveis ameaças terroristas.

Síria e Líbano podem se unir contra terrorismo e Israel

12/05/09

As autoridades militares de Síria e Líbano se reuniram nesta terça com o objetivo de estreitar laços e desenvolver a cooperação contra o terrorismo e o "inimigo comum israelense".

O chefe do Estado-Maior do exército sírio, general Ali Habib, viajou hoje a Beirute na primeira visita de um alto representante militar da Síria desde a retirada das tropas deste país, em 2005, e se reuniu com o presidente do Líbano, Michel Suleiman.

Segundo um comunicado do gabinete de Suleiman, este agradeceu a ajuda que Damasco ofereceu no passado ao exército libanês.

O presidente elogiou as relações entre os dois países, assim como a de seus exércitos em sua luta contra "o inimigo comum", Israel, e também contra "o terrorismo e as redes de espionagem" que atuam em seu território.

O general Habib se reuniu também com o comandante-em-chefe do exército libanês, general Jean Kajwayi, com quem discutiu o futuro da relação e a coordenação entre ambas as instituições, informa a agência libanesa ANN.

Kajwayi pediu ao general sírio uma maior cooperação e reafirmou os esforços para fazer frente aos "planos do inimigo israelense contra o Líbano e a Síria".

Já Habib agradeceu o apoio do Exército libanês e disse que a Síria respalda "o que beneficiar o irmão Líbano e garanta sua segurança".

Os Governos de Beirute e Damasco formalizaram suas relações diplomáticas em 15 de outubro de 2008.

Em 2005, a Síria retirou as tropas que manteve no Líbano durante 29 anos, após pressões da comunidade internacional e dos grupos libaneses opostos a esta presença.

Além disso, os distúrbios ocorridos no Líbano após o assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri em fevereiro de 2005 também contribuíram para a retirada.

OMS doa ao México mais de 200 mil medicamentos contra gripe

12/05/09

A Organização Mundial da Saúde (OMS) doou nesta terça-feira 220.024 doses de oseltamivir de sua "reserva estratégica" ao México para fazer frente à epidemia de gripe suína no país, que até agora já matou 58 pessoas e contaminou 2.224.

O representante da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) no México, Phillipe Lamy, entregou hoje os remédios ao ministro de Saúde mexicano, José Ángel Córdova.

Durante a cerimônia, Lamy disse que este medicamento é "eficaz contra a gripe atual e complementar" às medidas preventivas recomendadas pelo ministério da Saúde mexicano, cujo trabalho foi reconhecido pelo representante da OPAS, a organização da OMS para as Américas.

Segundo Lamy, o trabalho realizado no México "é importante para a saúde do mundo".

Já o ministro da Saúde mexicano afirmou que a doação reforça as reservas do país e "garante ainda mais a suficiência para o manejo de casos e de contágios" da gripe.

Córdova lembrou que o México se preparava desde 2000 para fazer frente a uma possível pandemia de gripe e, desde 2005, conta com campanhas de vacinação que, só em 2009, beneficiarão cerca de 18 milhões de pessoas.

Apesar do nome, a gripe suína não apresenta risco de infecção por ingestão de carne de porco e derivados.

EUA defendem reforma do Conselho de DH da ONU

12/05/09

Os Estados Unidos passaram a fazer parte, pela primeira vez, do Conselho de Direitos Humanos da ONU (CDH), e estabeleceram como objetivo reformar, a partir de dentro, o órgão, responsável por zelar pelos direitos fundamentais no mundo, afirmou nesta terça-feira a diplomacia americana.

"Embora saibamos que o CDH é um órgão com falhas, que não cumpriu totalmente com seu papel, temos a intenção de colaborar com outros países para reformá-lo a partir de dentro", disse hoje a embaixadora dos EUA perante a ONU, Susan Rice.

Os Estados Unidos, junto com nações como México ou Cuba, foram um dos 18 países eleitos hoje pelos 192 membros da Assembleia Geral para integrar o Conselho, com sede em Genebra e formado por Estados.

Os outros países escolhidos junto com os EUA no grupo da Europa Ocidental foram Noruega e Bélgica, enquanto Cuba, México e Uruguai foram reeleitos no bloco da América Latina e do Caribe.

Rússia e Hungria conquistaram os dois lugares disponíveis para o Leste Europeu, enquanto China, Bangladesh, Jordânia, Arábia Saudita e Quirguistão ocuparam as vagas asiáticas.

Da mesma forma, Senegal, Nigéria, Mauricio, Djibuti e Camarões obtiveram as cinco cadeiras disponíveis no grupo regional africano.

A entrada dos EUA no CDH representa uma mudança brusca em relação à política de George W. Bush, que se recusou a participar do órgão e votou contra a criação do mesmo por considerá-lo dominado por países que violavam os direitos humanos.

Rice explicou que a mudança faz parte da vontade da nova Administração para que os Estados Unidos voltem a desempenhar um papel significativo na esfera multilateral.

A diplomata americana reconheceu as críticas de algumas organizações de direitos humanos e vozes conservadoras dentro do país, que afirmam que o Conselho tem entre seus membros algumas das nações com pior histórico na questão.

As ONG Freedom House e UN Watch lembraram em um relatório divulgado dias antes da votação que as violações dos direitos humanos cometidas por Governos de Azerbaijão, Camarões, China, Cuba, Djibuti, Rússia e Arábia Saudita deveriam impedi-los de concorrer a uma vaga em um órgão que zela pelos direitos fundamentais.

Rice, que ressaltou que os Estados Unidos têm consciência de que o CDH "não cumpriu totalmente sua incumbência", lembrou que os países são eleitos para períodos de três anos, e que, portanto, os escolhidos poderão participar do processo de revisão da estrutura e procedimentos do órgão que acontecerá em 2011.

"Apresentamos nossa candidatura ao Conselho de Direitos Humanos porque esta Administração e, de fato o povo americano, têm um profundo compromisso com a defesa e o respeito aos direitos humanos de cada indivíduo", acrescentou a embaixadora dos Estados Unidos.

O representante da Human Rights Watch (HRW) na ONU, Steve Crawshaw, elogiou a eleição dos EUA ao CDH, depois que a "autoridade moral" do país começou a ser questionada pela atuação do Governo Bush em matéria de detenções ilegais e tortura.

"Os EUA podem desempenhar um papel importante como um agente de peso dentro do Conselho de Direitos Humanos", afirmou Crawshaw, que lamentou que, nesta eleição, não tenha havido uma maior competição pelas vagas disponíveis.

Para ele, isso afeta a credibilidade do órgão e atrapalha que sejam oferecidas alternativas na cédula de votação aos países com históricos questionáveis.

O CDH foi criado em 15 de março de 2006 pela Assembleia Geral da ONU para substituir a Comissão de Direitos Humanos, que deixou de existir após 60 anos de trabalhos devido à crise de legitimidade na qual tinha caído por decisões que eram vistas como parciais, politizadas e desequilibradas.

O Conselho é um órgão intergovernamental que faz parte do sistema das Nações Unidas e que é formado por 47 Estados-membros, que ficam responsáveis por fortalecer a promoção e a proteção dos direitos humanos no mundo.

Uma das incumbências do órgão é fazer um exame periódico universal em cada um dos 192 países-membros das Nações Unidas, além de realizar várias sessões ordinárias ao ano e as extraordinárias que os integrantes decidirem para abordar assuntos concretos.

A próxima reunião do órgão da ONU ocorrerá em Genebra de 2 a 18 de junho.

Júri condena 5 por planejar atacar EUA com apoio da Al-Qaeda

12/05/09

Um júri de Miami considerou nesta terça-feira culpados cinco homens de conspirar para cometer atentados contra edifícios dos Estados Unidos com o apoio da rede terrorista Al-Qaeda, enquanto um sexto acusado foi absolvido.

O veredicto foi alcançado após seis dias de deliberações por parte dos 12 membros do júri em um tribunal de Miami, onde foram julgados pela terceira vez os homens no caso conhecido como "Os seis de Liberty City", em referência a um setor do condado de Miami-Dade no qual foram detidos. Os dois primeiros julgamentos foram anulados depois que o júri não conseguiu chegar a um consenso em relação à inocência ou culpa dos acusados.

As autoridades os acusaram de conspirar para cometer atentados contra a torre Sears de Chicago e o prédio do FBI (Polícia federal americana) de Miami, após ser detidos em 2006. Os réus são Narseal Batiste, 35 anos; Patrick Abraham, 29 anos; Stanley Grant Phanor, 33 anos; Rotschild Augustine, 25 anos; Burson Augustin, 24 anos, e Naudimar Herrera, 25 anos.

Batiste foi considerado culpado de quatro acusações; Abraham foi condenado por três; Phanor, Augustine e Augustin por duas; enquanto Herrera foi absolvido. Todos enfrentaram acusações de conspirar para fornecer apoio material a uma organização terrorista estrangeira, para ajudar terroristas, para destruir edifícios com explosivos e impor uma guerra contra os EUA em um ato subversivo.

A juíza Joan Lenard, que presidiu o caso, emitirá a sentença em 26 de julho. Os cinco poderiam enfrentar penas de entre 30 e 70 anos de prisão. Durante o julgamento, a defesa rejeitou as alegações de que os clientes tivessem ligações com a Al-Qaeda ou planos de perpetrar atentados terroristas.

Os advogados afirmaram que um dos acusados, Batiste, fingiu ser um terrorista porque dois informantes do Governo o atraíram com promessas de dinheiro.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

OMS confirma 1.516 casos de gripe suína no mundo; Suécia registra 1º caso

A Suécia registrou nesta quarta-feira o primeiro caso de gripe suína, denominada oficialmente gripe A (H1N1), no país. O anúncio coloca a Suécia como o 12º país europeu a registrar paciente da doença, que parece se espalhar pela Europa com velocidade maior do que em qualquer outro continente.

Segundo o mais recente balanço da OMS (Organização Mundial de Saúde), são 1.516 casos de gripe suína em 22 países --a maioria na Europa. O vírus, contudo, atinge de maneira mais severa a América do Norte, onde estão os três países com maior número de casos registrados e onde se concentram as 30 vítimas da doença.

"O laboratório de virologia do Instituto Sueco de Controle de Doenças Infecciosas confirmou o primeiro caso de A (H1N1) na Suécia", afirma um comunicado oficial.

A paciente é uma mulher de 50 anos que retornou de uma viagem aos Estados Unidos com sintomas da doença. Segundo o comunicado, ela já se recuperou e todos os que entraram em contato com ela recebem tratamento preventivo.

Balanço

Segundo o relatório da OMS, o México continua sendo o país mais atingido pelo vírus A (H1N1), com 822 casos registrados, incluindo 29 mortes. O relatório ainda não inclui a Suécia.
Já os EUA registram 403 casos da doença, incluindo o bebê mexicano que morreu na semana passada no Estado do Texas. O relatório da OMS não considera a segunda morte anunciada pelo governo americano, a de uma mulher, também no Texas.

A Guatemala entrou para a lista de países oficialmente afetados pela doença, com um caso diagnosticado.
Outros países com casos confirmados da doença, sem nenhuma morte, são: Canadá (165), Espanha (57), Reino Unido (27), Alemanha (9), Nova Zelândia (6), Israel (4), El Salvador (2), França (4), Áustria (1), China (1, em Hong Kong), Colômbia (1), Coreia do Sul (2), Costa Rica (1), Dinamarca (1), Irlanda (1), Itália (5), Holanda (1), Portugal (1) e Suíça (1).

O comunicado reitera que restrições de viagens não são necessárias --quem apresenta sintomas da doença, entretanto, é aconselhado a adiar viagens-- e que o consumo de carne de porco cozida não traz riscos de infecção.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Vírus da gripe se expande, mas EUA mostram esperança no combate

04/05/09

As autoridades dos Estados Unidos constataram que o vírus da gripe suína já está presente em 36 estados e infectou 303 pessoas, mas encontraram "sinais promissores" no combate, como o fato de que a maioria dos doentes apresentam sintomas leves.

"Não podemos dizer que estamos fora de perigo, mas há sinais promissores", disse hoje Richard Besser, diretor interino do Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) do país.

Besser, no entanto, pediu ao público que "não aproveite esses fatores promissores para baixar a guarda".

A secretária de Segurança Nacional, Janet Napolitano, também se referiu ao "cauteloso otimismo" que começou a surgir, tendo em vista o que chamou de sinais encorajadores percebidos nos Estados Unidos.

Entre esses indícios, tanto Besser como Napolitano citaram o fato de que a imensa maioria dos doentes mostra sintomas leves e que a doença está sendo transmitida mais lentamente no México, o maior foco e onde alguns dos doentes nos EUA contraíram o vírus.

Besser afirmou também que nos testes de laboratório se detectou que o novo vírus da gripe não tem a marca genética que tinham os de outras epidemias anteriores.

Ontem, a médica Anne Schuchat, do CDC, mencionou concretamente o vírus letal que desencadeou uma pandemia em 1918, que foi batizado como gripe espanhola e que matou dezenas de milhões de pessoas.

O vírus atual também guarda diferenças com o do H5N1 que se propagou em meados desta década, e que ficou conhecido como gripe aviária.

O diretor interino do CDC destacou que o vírus atual da gripe é "novo" e, portanto, de comportamento desconhecido, por isso que se desconhece com segurança como vai se comportar na próxima temporada gripal, no outono.

Uma das questões que estão sendo acompanhadas de perto no CDC é como se comporta o vírus quando chegar ao hemisfério sul, que está no outono e perto da temporada invernal.

"A comunidade internacional está trabalhando para fazer um acompanhamento do vírus no cone sul, para ver se muda ou se volta mais forte", disse.

"Isso nos dará mais pistas de como se pode comportar aqui no próximo outono", afirmou o especialista, após assinalar que se está avançando na elaboração de uma vacina, embora não tenha decidido ainda se será necessário administrá-la à população na próxima temporada de gripe.

Besser antecipou, no entanto, que nas próximas semanas o vírus acabará se estendendo por todo o país, e se produzirão mais hospitalizações de casos graves e, provavelmente, mais mortes.

Segundo os últimos números das autoridades de saúde, que incluem já os dados divulgados sobre Nova York, nos EUA há 303 casos confirmados, dos quais só um, uma criança mexicana no Texas, morreu.

Os estados onde o vírus se propagou com maior intensidade até agora são Nova York, com 90 casos, Texas (41), Califórnia (30), Delaware (20) e Arizona (17).

Conforme o vírus s expande, cada vez são maiores os colégios que tiveram que fechar suas portas para evitar a criação de um foco de propagação.

O Departamento de Educação informou hoje que permanecem fechadas 533 escolas públicas e privadas em 24 estados, o que obrigou que cerca de 330 mil estudantes ficassem em casa.

Em todo EUA, há perto de 100 mil centros educativos com 55 milhões de estudantes.

Em Nova York, a escola St. Francis, que registrou um intenso foco depois que um grupo de alunos viajou ao México, retomou hoje as aulas após uma semana de inatividade.

O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, e o diretor do Departamento de Saúde da cidade, Thomas Frieden, foram ao colégio para dar boas-vindas aos alunos e reiterar uma mensagem de calma.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Irã envia carta de protesto à ONU e pede que Ban seja "imparcial"

23/04/2009

O embaixador iraniano na ONU, Mohammad Khazaee, enviou nesta quinta-feira uma carta de protesto à ONU (Organização das Nações Unidas), em que diz ao secretário-geral, Ban Ki-moon, que ele deve ser imparcial no exercício de seu cargo, depois que Ban criticou o discurso que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, fez contra Israel na conferência mundial sobre o racismo.

Khazaee diz na carta que as autoridades das Nações Unidas devem atuar sempre com "imparcialidade e igualdade".

"É preciso ter o máximo de cuidado para evitar que, aparentemente, as Nações Unidas e seus distintos líderes tratam de assuntos de forma seletiva, praticam dois pesos e duas medidas ou assumem posições tendenciosas", afirma Khazaee na nota.

O escritório da ONU em Genebra não comentou a carta, que ainda não foi recebida.

Ban criticou o presidente iraniano na última segunda-feira, após o discurso de Ahmadinejad na conferência sobre o racismo realizada em Genebra, na qual denunciou o que chamou de política "racista" de Israel. Ban disse que lamentava "a utilização desta plataforma pelo presidente iraniano para acusar, dividir e até mesmo incitar. Isso é o contrário do que esta conferência pretende alcançar".

"É profundamente lamentável que o meu apelo para olhar para o futuro da unidade não tenha sido atendido pelo presidente iraniano", disse Ban em uma declaração, acrescentando que se reunira com Ahmadinejad antes da conferência das Nações Unidas, salientando a importância de união na luta contra o racismo.

A carta de Khazaee tacha como "incompreensíveis" as reações ao discurso do líder iraniano, considerando "o silêncio que as Nações Unidas e suas autoridades fazem em relação aos horrendos crimes israelenses contra os palestinos inocentes" e às "ameaças" lançadas contra o Irã pelo "regime israelense".

Khazaee também criticou a decisão dos embaixadores europeus de deixar a sala da conferência quando o presidente da República Islâmica começou seus ataques a Israel, acusado de utilizar o Holocausto como pretexto para agredir o povo palestino.

Ahmadinejad foi alvo de "duras e desmerecidas críticas por simplesmente tentar expor a posição do país que representa", disse o embaixador.

Além disso, em seu discurso, o presidente iraniano expressou o que, na opinião do Irã, "é a posição da maioria dos membros das Nações Unidas a respeito da difícil situação do povo palestino [...]", acrescentou.

Substituto do Protocolo de Kyoto deve ser aprovado em dezembro

sexta, 24 de abril de 2009

Líderes globais ressaltam a necessidade de novo acordo climático global.

As negociações do pacto que vai substituir o Protocolo de Kyoto — acordo de redução da emissão dos gases estufa que acaba em 2012 — devem chegar ao fim em dezembro, na Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, que acontecerá na cidade de Copenhague, na Dinamarca.


Na Cúpula Global de Negócios para o Meio Ambiente (B4E), sediada em Paris (França), os mais de 400 delegados presentes à reunião ressaltaram a necessidade de um novo acordo climático. Eles também lembraram que é preciso aumentar a transparência e criar um novo paradigma de risco que leve em conta as questões de financiamento

Crise alimentar não foi superada em alguns países em desenvolvimento

sexta, 24 de abril de 2009


Apesar do aumento do suprimento de cereais no mundo e da diminuição do custo de gêneros alimentares no mercado internacional, o preço dos alimentos em países em desenvolvimento continua alto, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
De acordo com uma análise da FAO sobre a cotação de alimentos em 58 países em desenvolvimento, em 80% deles os preços estão maiores do que no mesmo período do ano passado, e 40% mais caros do que há três meses.
A FAO também prevê para este ano uma redução de 3% no cultivo de cereais em relação a 2008, mas, ainda assim, será a segunda maior produção mundial. O artigo mais afetado será o trigo, devido à diminuição do preço desse cereal no mercado internacional que levou à redução do número de plantações nos países em desenvolvimento.

Embargo de Israel compromete recuperação de Gaza

quinta, 23 de abril de 2009
O processo de recuperação econômica e de reconstrução em Gaza está estagnado devido à proibição de se importarem materiais e ferramentas e ao bloqueio à entrada de dinheiro impostos por Israel – é o que mostram relatórios de diferentes agências e órgãos das Nações Unidas.


Segundo o Escritório das Nações Unidas de Assistência Humanitária (OCHA), essas restrições já prejudicaram quase todos os 200 projetos aos quais seriam destinados o Fundo Emergencial de 615 milhões de dólares disponibilizado pela ONU.

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Palestinos (UNRWA) alertou para o aumento do número de casos de diarréia entre crianças de até três anos, o que poderia ser explicado pela contaminação das águas. A UNRWA havia afirmado, em março, que 14% das amostras de água recolhidas para testes estavam contaminadas por resíduos bélicos.

Segundo o Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD), o desemprego em Gaza aumentou de 36% a 43% depois dos conflitos com Israel e a porcentagem de pessoas carentes entre os desempregados também cresceu, de 56% para 66%.

O Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Oriente Médio, Robert Serry, pediu a Israel o fim do embargo e de outras ações contra palestinos, afirmando que essa atitude apenas aumenta a tensão na região e impede o restabelecimento de confiança.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Começa conferência contra o racismo, mas EUA não comparecem

segunda, 20 de abril de 2009

A Alta Comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas, Navi Pillay, criticou a decisão dos Estados Unidos em não comparecer ao Conferencia de revisão de Durban, que começa nesta segunda, 20 de abril.

“Estou chocada e extremamente desapontada com a decisão dos EUA em não participar da reunião, que vai discutir o combate ao racismo, xenofobia, discriminação racial e outras formas de intolerância existentes. Esses são problemas muito presentes no mundo atual e é essencial que sejam discutidos em nível global, caso contrário se tornarão ainda mais difíceis de serem resolvidos”, disse

No documento preparatório da Conferencia de Revisão de Durban, existem citações claras, que dizem, por exemplo, que o “holocausto não deve ser esquecido” e que todas as formas de racismo devem ser abolidas, inclusive o preconceito contra o islamismo e o anti-semitismo.


Os EUA declararam, que apesar de não comparecerem à reunião, reconhecem e aplaudem o significante progresso das últimas semanas, que culminaram no encontro. Os EUA e Israel abandonaram a Reunião Mundial contra o Racismo em 2001 ao não concordarem com a Declaração do Programa de Ação de Durban, produzido durante o encontro.
“Acredito que a dificuldade do passado poderia ter sido resolvida de forma conjunta e os problemas poderiam ter ficado para trás”, disse Navi Pillay, acrescentando que “todos os países que participaram da adoção da Declaração de Durban em 2001 e do Programa de Ação devem dobrar o seu compromisso com a implementação de ações contra o racismo a partir da Conferencia de Revisão."

segunda-feira, 13 de abril de 2009

OLHO NO LANÇE!


E AI POVO!

É O SEGUINTE, NÃO É SÓ AQUI QUE VOCÊS PODEM SE MANTER ATUALIZADOS NÃO HEIN!

FIQUEM DE OLHO NA ESCOLA... VÁRIAS MATÉRIAS DE JORNAL SOBRE VARIADOS ASSUNTOS RELACIONADOS COM A MINI-ONU 2009 ESTÃO SENDO COLOCADOS.

VAMOS FICAR LIGADOS PARA FAZERMOS UM BOM TRABALHO.

ABRAÇO E ATÉ A PRÓXIMA

sábado, 11 de abril de 2009

Novos confrontos no Congo

quinta, 09 de abril de 2009

Mesmo com a contenção de alguns grupos armados na República Democrática do Congo por meio de acordos de paz ou de ações militares, novos conflitos entre milícias estouraram na região segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).

Em 31 de março, por exemplo, a Frente Popular pela Justiça no Congo (FPJC) atacou vilarejos no distrito de Ituri, a aproximadamente 60 quilômetros da capital, Bunia. O contra-ataque ocorreu no dia 2 de abril, pela Frente Revolucionária pela Paz (FPRI) – grupo dissidente da FPJC, que recusou participar do processo de paz em setembro de 2008.

O recente combate entre as Forças Governamentais (FARDC) e milícias como essas já deixou mais de 250 mil civis desabrigados. O Porta-Voz do ACNUR, William Spindler, afirmou que “os últimos acontecimentos reverteram o progresso que tinha sido feito no sentido do repatriamento e da realocação dos congoleses afetados pelos conflitos na região”.

O progresso alcançado na região pode ser percebido pelo fato de um dos grupos armados mais atuantes, o Conselho Nacional pela Defesa do Povo (CNDP), ter assinado um acordo de paz com o governo no mês passado. Outra iniciativa foi iniciar uma operação militar conjunta entre Congo e Ruanda para extinguir a milícia armada de etnia hutu Força Democrática pela Libertação de Ruanda (FDLR). Os dois países também atuam juntos na província de Haut Uélé para tentar neutralizar a atuação do grupo ugandês Exército de Resistência do Senhor (LRA) no Congo.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Plano de Obama é insuficiente, dizem embaixadores de Paquistão e Afeganistão

09/04/09

WASHINGTON, EUA, 9 Abr 2009 (AFP) - Os embaixadores do Paquistão e do Afeganistão em Washington advertiram, nesta quinta-feira, que o plano antiterrorista divulgado pelo presidente americano, Barack Obama, será insuficiente para dobrar a rede Al-Qaeda e os talibãs.

Ambos os diplomatas pediram aos Estados Unidos e a seus aliados que entreguem mais dinheiro e ferramentas militares para derrotar o terrorismo no campo de batalha e amenizar a pobreza e a ignorância que mantêm as ideologias extremistas.

No mês passado, Obama centrou sua luta contra a Al-Qaeda no Paquistão, como parte de uma nova estratégia que inclui o envio de mais 40.000 soldados, além dos 17.000 já comprometidos, e milhões de dólares para a guerra no Afeganistão.

Brasil contribuirá com US$ 4,5 bilhões para financiamento do FMI

09/04/09

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou hoje que o Brasil contribuirá com US$ 4,5 bilhões para financiar o Fundo Monetário Internacional (FMI), valor que pode chegar a US$ 14,5 bilhões.

Mantega explicou que a decisão foi tomada com base nos acordos estabelecidos durante a Cúpula do Grupo dos Vinte (G20, países ricos e principais emergentes) realizada no início do mês em Londres.

"Estamos entrando no clube de credores do FMI", declarou o ministro, acrescentando que isso "demonstra a solidez da economia brasileira".

Segundo Mantega, o dinheiro será utilizado para financiar países em desenvolvimento que neste momento enfrentam sérios problemas de crédito devido à crise internacional.

Em compensação, o Brasil receberá títulos do FMI que podem ser negociados nos mercados internacionais ou contabilizados nas reservas do país, atualmente situadas em US$ 201 bilhões.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Coreia do Norte promete "medidas fortes" contra ação da ONU

Se o Conselho de Segurança tomar qualquer tipo de medida, vamos considerar isso como uma intrusão em nossa soberania, e a próxima opção será nossa", afirmou o vice-embaixador Pak Tok Hun a jornalistas. "Medidas necessárias e fortes irão se seguir a isso.

"Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul dizem que o lançamento do foguete violou a resolução 1.718, imposta em 2006, depois que Pyongyang realizou um teste nuclear. Essa resolução proíbe Pyongyang de realizar novos testes nucleares ou de disparar mísseis balísticos.

A Coreia do Norte alega que não se tratava de um míssil balístico, e sim de um foguete com a missão de colocar um satélite em órbita, como parte de um programa espacial pacífico.

Os EUA e seus aliados dizem que se tratou de um teste disfarçado do míssil Taepodong-2, supostamente capaz de atingir o Alasca, e por isso propuseram que o Conselho de Segurança aprove uma resolução condenando o ato e possivelmente ampliando as sanções já em vigor.

China e Rússia, no entanto, questionam se houve violação e ameaçam usar seu poder de veto contra a eventual resolução.

Numa rara aparição a jornalistas na sede da ONU, Pak disse que as críticas ao lançamento são antidemocráticas. "Não é justo, não é justo", disse o diplomata. "Enquanto eles próprios lançam mais de cem vezes os satélites, não somos autorizados a fazer isso. Isso não é democrático.

"De acordo com ele, o lançamento "não é uma violação da resolução". "Dissemos que não é um míssil. Trata-se de um propósito pacífico, para o lançamento do satélite. Deixamos isso claro antes de lançá-lo.

"Os militares dos EUA dizem que nenhuma parte do foguete entrou em órbita, apesar de Pyongyang afirmar que o seu satélite está no espaço, transmitindo dados e canções revolucionárias.

Alguns diplomatas disseram que a Coreia do Norte colocou um falso satélite no foguete, algo que Pak contestou. "Dizemos que é um satélite. Temos certeza, deixamos isso claro".

segunda-feira, 6 de abril de 2009

UN-HABITAT recebe investimento extra para garantir financiamento de projetos

segunda, 06 de abril de 2009

O Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (UN-HABITAT) acaba de ter aprovado seu maior orçamento desde a criação do Programa, em 1976. O aumento de 32% para projetos de cidades, surpreendeu, por acontecer durante a crise econômica que está afetando o planeta.

“Pedimos um total de 356 milhões de dólares incluindo uma proposta geral de orçamento de 66 milhões de dólares, o que representa um aumento de 32%”, disse a Diretora Executiva do UN-HABITAT, Anna Tibaijuka. Isso “mostra a confiança do Conselho Governamental no nosso trabalho”, disse a Diretora Executiva que também apontou sinais de entendimento com seis instituições financeiras para criar um projeto piloto de financiamento de moradia e falou sobre o notável avanço no apoio de governos aos trabalhos desenvolvidos pelo UN-HABITAT no desenvolvimento de assentamentos humanos, como existe nos territórios ocupados da Palestina.

“Temos agora novas metas bem estabelecidas e nossos objetivos e conclusões sobre urbanização e mudanças em áreas de favela estão começando a influenciar o trabalho de outras agências da ONU e organizações parceiras” disse.

domingo, 5 de abril de 2009

Foguete norte-coreano prejudica paz, dizem UE e EUA

05/04/09

A União Européia (UE) e os Estados Unidos condenaram neste domingo o lançamento de um foguete de longo alcance norte-coreano, que "desafia a paz e a estabilidade no nordeste da Ásia".

Em comunicado conjunto, ao término da cúpula realizada hoje, em Praga, as duas partes destacaram que "o desenvolvimento de capacidades de mísseis balísticos pela Coréia do Norte, independente do propósito declarado do lançamento, tem como objetivo fornecer à Coréia do Norte capacidade de ameaçar outros países".

"Pedimos que a Coréia do Norte cumpra seus compromissos de abandonar qualquer programa de armamento nuclear, respeitar as normas reconhecidas de relações internacionais e colaborar para promover a paz e a estabilidade", disseram.

O lançamento realizado hoje, de acordo com os líderes, "exige uma resposta da comunidade internacional", incluindo do Conselho de Segurança da ONU, "para mostrar que suas resoluções não podem ser desafiadas com impunidade".

EUA e UE explicam que estão dispostos a receber a Coréia do Norte na comunidade internacional se o país renunciar às armas de destruição em massa e a suas ameaças aos vizinhos.

Pyongyang, no entanto, "não pode conseguir a aceitação internacional ou o desenvolvimento econômico vinculado ao sistema internacional até que pare seu comportamento ameaçador", sustentam.

A Coréia do Norte lançou hoje um foguete de longo alcance às 11h30 (23h30 de Brasília), que sobrevoou o Japão sem causar danos e cuja primeira fase caiu no mar, informou o governo japonês.

O Executivo sul-coreano disse que a Coréia do Norte parece ter lançado um satélite de comunicações, como tinha informado previamente, e não um míssil, como se temia, mas disse que este teste é uma "provocação".

sábado, 4 de abril de 2009

Situação no Congo melhorou, mas não é o suficiente

De acordo como Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, apesar dos avanços conquistados na República Democrática do Congo — como a ação contra grupos armados e a integração de rebeldes ao contingente militar do país —, a situação no lugar continua “volátil e fluida”.

As províncias ao Norte do país, principalmente Kivu Norte, testemunharam meses de conflito entre as forças do Governo (FARDC) e várias milícias armadas, que desalojaram cerca 250 mil civis, além dos 800 mil que já haviam sido forçados a deixar suas casas. Mês passado, no entanto, o Governo e o Congresso Nacional em Defesa do Povo (CNDP), um dos principais combatentes, assinaram um acordo de paz.

Ban afirma que, apesar do progresso conquistador até agora, os processos de paz ainda enfrentam problemas significativos. “Essa iniciativas ainda devem ser finalizadas e, para isso, vão precisar de compromisso político, recursos financeiros e poder militar efetivo”, declarou. Ele pediu novamente aos membros do Conselho de Segurança e aos países que contribuem com efetivos militares que continuem ajudando a Missão de Paz das Nações Unidas no Congo (MONUC) — que já ajudou muitos civis, mas está sobrecarregada. “Ë preciso fortalecer a MONUC para consolidar os avanços que tivemos até agora”, declarou Ban.

O Secretário-Geral pede também ao Governo congolês e aos parceiros dele que façam da reforma das forças de segurança uma prioridade. “Sem uma mudança das forças armadas e da polícia, proibindo seu uso para segurança pessoal, aliada à reforma do sistema judiciário, a possibilidade de paz durável e estabilidade será menor — mesmo que os conflitos armados tenham terminado”, disse Ban. Ele pediu ainda a comunidade internacional que ajude o Congo a enfrentar a crise econômica, que representa uma grande ameaça à estabilidade na região.

Obama destaca envio de mais soldados ao Afeganistão

04/04/09

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou neste sábado que "começamos a harmonizar os recursos com as necessidades" no Afeganistão, depois que os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ofereceram cerca de 5 mil soldados extras.

Obama concedeu hoje uma entrevista ao final da cúpula da Otan realizada em Estrasburgo (França) e Kehl (Alemanha), para celebrar o 60º aniversário da Aliança.

Otan pede que Afeganistão respeite os direitos da mulher

04/04/09

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, pediram neste sábado ao governo afegão que faça respeitar os direitos da mulher, ao término da cúpula da Otan neste sábado em Estrasburgo.

"É uma pedido unânime" dos países da Otan que os direitos da Mulher e do Homem sejam defendidos e respeitados pelo governo afegão, declarou o presidente Sarkozy em uma conferência de encerramento da cúpula.

"Estamos aqui para defender valores. Não decidimos discutir estes valores. Ninguém, nenhum de nós (está aqui para isso). Acredito que a mensagem foi recebida diretamente", acrescentou.

Um projeto de lei afegã, chamado "nova lei sobre a família afegã", vem gerando críticas entre os ocidentais. Ele proíbe as mulheres de negar relações sexuais a seus maridos ou de deixar o domicílio familiar e tomar decisões sem o prévio acordo deles.

"Esperamos que este projeto de lei seja retirado, porque é inaceitável", declarou Merkel.

"Todos no Afeganistão devem ter o direito de viver em toda liberdade", acrescentou.

"Pedimos que os direitos da mulher sejam respeitados", acrescentou o secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Situação nas fronteiras de Gaza ainda preocupa

De acordo com o Coordenador Humanitário das Nações Unidas para o território palestino ocupado, Maxwell Gaylard, embora a situação tenha melhorado, a população da Faixa de Gaza continua a ser prejudicada pelas restrições a importações e exportações e a limitação à entrega de ajuda humanitária.

O último relatório do Coordenador Humanitário mostra que, na semana que terminou em 28 de março, 721 carregamentos de bens de consumo tiveram acesso à Faixa, número ligeiramente menor que os 728 da semana anterior. Só essa semana foi permitida a entrada de produtos como chá, fermento e sal, que estavam impedidos de chegar à região desde outubro do ano passado. De acordo com Gaylard, os alimentos representam 80% dos produtos importados.

Ao mesmo tempo, materiais de construção, elétrico ou para uso industrial, bem como combustível e rebanhos de gado, não puderam entrar na Faixa. 35 mil pessoas continuam sem acesso à água. Os pescadores devem ter seu lucro prejudicado graças a uma nova restrição, que proíbe a pesca a uma distância maior que três milhas da costa de Gaza.

Sobre a situação da saúde na região, Gaylard e a Organização Mundial de Saúde (OMS) expressaram preocupação com o impedimento de pacientes palestinos buscarem tratamento hospitalar especializado fora da região, depois que o Hamas assumiu o controle do departamento de saúde da Faixa.

A OMS lembra que só 35% dos 615 milhões de dólares pedidos em fevereiro foram recebidos até o momento. O dinheiro deve ajudar 200 projetos das Nações Unidas e de ONGs criados para assistir os quase um milhão e meio de palestinos afetados pela ofensiva militar israelense no final do ano passado.

terça-feira, 31 de março de 2009

EUA dizem ter se reunido com Irã, que nega encontro

31/03/09

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse nesta terça-feira que um diplomata dos Estados Unidos se encontrou com um representante iraniano numa conferência internacional em Haia - um sinal de tentativa de melhoras nas relações após décadas de hostilidades entre Washington e Teerã.

Os EUA entregaram, diretamente, uma carta a Teerã para ajudar na resolução de três casos separados envolvendo norte-americanos, disse Hillary.

O Irã, no entanto, negou a existência de tal encontro.

Hillary disse que o enviado dos EUA ao Afeganistão, Richard Holbrooke, teve uma reunião cordial e não planejada com o vice-ministro do Exterior iraniano, Mohammed Mehdi Akhoundzadeh.

"O encontro não focou qualquer coisa substancial. Foi cordial, não tinha sido planejado, e eles concordaram em manter contato", afirmou Hillary.

A agência oficial de notícias iraniana Irna disse que Akhnoundzadeh negou a existência deste encontro.

"Teríamos informado nossa nação se tivéssemos tido conversas com os norte-americanos sobre o Afeganistão em Haia, como fizemos em conversas sobre o Iraque com os EUA", ele disse.

"Estejam certos de que se o Irã quiser ter conversas com os EUA, todos serão informados sobre isso e não há nada para se esconder."

Questionado sobre a reportagem da Irna, uma alta autoridade norte-americana reafirmou que os dois homens tiveram um rápido encontro cordial.

Carta
Hillary disse que durante a conferência uma carta do governo dos EUA foi entregue ao Irã, pedindo ajuda humanitária para três norte-americanos no Irã que, segundo ela, não estão conseguindo retornar aos EUA.

A secretária identificou os três como sendo Robert Levinson, um ex-agente do FBI que desapareceu há dois anos durante uma viagem de negócios ao Irã, e a jornalista freelancer iraniano-americana Roxana Saberi. A terceira pessoa, Esha Momeni, é um estudante iraniano-americano detido no Irã no ano passado.

O Departamento de Estado divulgou um trecho da carta: "Pedimos ao Irã que utilize todos seus meios para localizar e assegurar o retorno rápido e seguro de Robert Levinson, para conceder a libertação de Roxana Saberi e para autorizar as viagens de Roxana Saberi e Esha Momeni."

"Esses atos certamente constituiriam um gesto humanitário da República Islâmica do Irã, que seria condizente com o espírito de renovação e generosidade que marca o ano novo persa", disse Hillary.

O senador norte-americano Bill Nelson escreveu a Hillary na semana passada, pedindo que tratasse do caso de Levinson com os iranianos enquanto estivesse em Haia.

ONU analisa questão nuclear

Representantes de mais de noventa países se reúnem no Simpósio Internacional sobre Segurança Nuclear, promovido pela Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), para avaliar os últimos sete anos de esforços pelo controle de materiais radioativos e descobrir meios de fortalecer a segurança nuclear, evitando, por exemplo, o terrorismo nuclear.

Em setembro de 2005, o Conselho de Governantes da IAEA aprovou o novo Plano de Segurança Nuclear, com objetivo de ajudar os países a se fortalecer na luta contra o problema e a combater o terrorismo nuclear. Além da coordenação e análise de informações, o Plano está focado em três áreas principais: prevenção, detecção e resposta ao uso equivocado da energia nuclear.

O novo plano substitui o que havia sido lançado em 2002. “O cenário atual é diferente do de sete anos atrás”, disse a líder do Escritório da IAEA para Segurança Nuclear, Anita Nilsson. “Investimentos consideráveis foram feitos no sentido de aumentar a segurança nuclear, o que nos permitiu acumular conhecimento sobre as ameaças a essa segurança e sobre o que pode ser feito para combatê-las”, explicou. De acordo com a Agência, o Reino Unido vai aumentar para quatro milhões de libras esterlinas sua contribuição com o Fundo de Segurança Nuclear. O Fundo é um mecanismo voluntário de investimento que os Estados Membros podem usar para apoiar as atividades da IAEA.

segunda-feira, 30 de março de 2009

A FAO estima que no final de 2008 havia cerca de 963 milhões de subnutridos no mundo. Nunca antes foram tantas pessoas alimentando-se inadequadamente.
O conflito armado continua a ser a razão da insegurança alimentar na maioria dos países, particularmente na África. Mas cada vez mais o que está por trás da fome causadas pela ação humana são os fatores socioeconômicos – que podem ser internos como políticas sociais e econômicas deficientes, ou externos como a alta dos preços de alimentos importados.
De uma participação praticamente insignificante na década de 80 no total de situações de emergências alimentares de responsabilidade humana, os fatores socioeconômicos passaram a explicar pelo menos uma em cada quatro emergências a partir do ano 2000.
A região da América Latina e Caribe vive em paz há décadas, com a exceção do conflito interno na Colômbia. E, segundo os dados mais recentes da FAO, têm um excedente de alimentos (já descontada as exportações) que supera os 30%.
Teríamos, portanto, a condição necessária – paz – e suficiente – produção de alimentos – para garantir a segurança alimentar de toda nossa população. No entanto, 51 milhões de pessoas na região estavam subnutridas no final de 2007. Em 1990, eram 52 milhões.
O que chama mais a atenção é que depois de conseguirmos reduzir o número de pessoas com fome para 45 milhões em 2005, a alta dos preços dos alimentos em 2006 e 2007 nos fez perder praticamente todo esse avanço. E, provavelmente, a situação terá piorado ainda mais em 2008 com a crise econômica.
Que não tenhamos conseguido acabar com a fome na região é uma prova clara de que apenas a paz e a produção de alimentos não garantem a segurança alimentar. É preciso acrescentar uma variável para completar a equação: vontade política e ação decidida dos governos, provendo recursos efetivos para acabar com a fome.
Na edição de 2008 do informe O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo , a FAO revela que de 77 países analisados, 16% não haviam tomado nenhuma medida normativa para enfrentar a alta dos preços dos alimentos. Segundo o documento, na América Latina e Caribe, quase um terço dos países não tomaram ações normativas com esse fim e muitos se limitaram a medidas defensivas e emergenciais, como a redução de impostos de importação.
Desde a década de 70, muitos países em desenvolvimento desmantelarem sua infra-estrutura agrícola e reduziram a produção local de alimentos convencidos de que era mais fácil e barato comprar no mercado internacional alimentos subsidiados de países desenvolvidos.
O desenvolvimento da agricultura familiar perdeu importância nas agendas nacionais. O potencial produtivo desse setor foi sendo descartado e eles passaram cada vez mais a serem sujeitos de programas sociais e não de desenvolvimento.
Os recursos destinados à agricultura pela cooperação internacional também minguaram, caindo de 17% para 3% do total entre 1980 e 2006. Em termos reais, a queda foi de quase 60%, de US$8 bilhões para US$3,4 bilhões por ano (para acabar com a fome precisamos investir 10 vezes mais por ano).
Em épocas de crises agudas, a ajuda internacional passou a enfocar-se no imediato: doação de comida. Mas as emergências foram se estendendo ao longo dos anos e o que deveria ser uma resposta imediata para situações críticas, se tornou em muitos casos, uma solução permanente.
Combater a desigualdade impulsionando políticas econômicas e sociais que promovam a inclusão e o desenvolvimento dos mais pobres. Melhores empregos e salários são essenciais para aumentar o acesso aos alimentos.
Apoiar a agricultura familiar para que ela possa tornar-se sustentável e rentável. Ela é parte da solução e não do problema, principalmente numa região na qual metade da população rural é pobre.
Destinar mais recursos para garantir o direito à alimentação para todos, o que implica em criar as condições para que todas as pessoas tenham os meios para satisfazer as próprias necessidades alimentares.
E, finalmente, fortalecer o marco jurídico da segurança alimentar. Atualmente, apenas Argentina, Brasil, Equador, Guatemala e Venezuela têm leis que asseguram esse direito. Outros 10 países da região debatem hoje o tema.

domingo, 29 de março de 2009

Países em desenvolvimento precisam de um trilhão para superar a crise

O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse aos membros do G20, o grupo de vinte países mais ricos do mundo, que as nações em desenvolvimento precisam de pelo menos um trilhão de dólares para combater a crise financeira mundial.
”A menos que uma ação imediata seja tomada para proteger os mais vulneráveis da recessão, a crise pode resultar em uma instabilidade global”, disse Ban em carta enviada aos membros do G20, que devem se reunir no dia 2 de abril. Ele pediu uma estratégia de quatro frentes de ação para evitar novas catástrofes, a começar por um “verdadeiro pacote global de estímulo à economia”, que englobe as necessidades dos países em desenvolvimento.
“Oferecendo esse apoio, vocês vão estimular a economia global, ajudando a sustentar o crescimento de vocês mesmos, além de melhorar a estabilidade global”, explicou Ban. Ele enfatizou ainda a necessidade de combater o protecionismo e de restabelecer os princípios da Rodada de Doha. “Levantar novas barreiras por fazer a recuperação econômica ficar mais lenta”, alertou.O Secretário-Geral também pediu ao G20 que estimule a economia verde, inclusive nos países pobres, e que o grupo se comprometa a concluir as negociações do acordo que deve suceder o Protocolo de Kyoto, o programa de redução das emissões de carbono, que expira em 2012.Por último, Ban destacou que a solução da crise global passa obrigatoriamente pela criação de uma “arquitetura econômica” que reflita as mudanças que o mundo vem sofrendo e que dê voz aos países

sábado, 28 de março de 2009

EUA esperam ajuda do Irã em luta contra tráfico no Afeganistão

28/03/09

Os Estados Unidos esperam conseguir na próxima semana, durante a conferência internacional sobre o Afeganistão, o compromisso do Irã na luta contra o narcotráfico no país centro-asiático, informou hoje a Casa Branca.

O conselheiro adjunto de Segurança Nacional da Casa Branca, Denis McDonough, afirmou hoje que a "conclusão" dos EUA e, provavelmente, a do Irã "é que há assuntos relacionados, por exemplo, aos narcóticos, que representam uma oportunidade" para que Teerã "lide com o Afeganistão de modo que possa minimizar um assunto ou uma preocupação" que as autoridades americanas também têm.

O Irã aceitou o convite para participar da conferência internacional sobre o Afeganistão que acontecerá dia 31, em Haia (Holanda).

O enviado dos EUA para o Afeganistão e o Paquistão, Richard Holbrooke, classificou essa participação como "um passo adiante".

Na última reunião internacional sobre o Afeganistão, na qual o presidente dos EUA ainda era George W. Bush, o Irã declinou o convite.

Segundo McDonough, "todos sabemos que a receita procedente do tráfico de ópio e de heroína financia os extremistas, no sul em particular".

"Queremos pensar que, dado o problema não pouco substancial do uso de heroína no Irã, há possibilidades de se cooperar com o Irã sobre este assunto", acrescentou o alto funcionário, segundo quem, ao longo das próximas semanas, "haverá várias oportunidades para que o Irã se envolva neste assunto".

EUA acusam inteligência do Paquistão de ligação com Al-Qaeda

28/03/09

Autoridades militares dos Estados Unidos afirmam haver evidências de que elementos dentro dos serviços de inteligência militar do Paquistão continuem a dar apoio a militantes do Talibã e da Al-Qaeda.

As afirmações de altos comandantes militares americanos foram feitas após o presidente Barack Obama ter anunciado sua nova estratégia para o Afeganistão, na sexta-feira.

Segundo esses comandantes, a inteligência militar paquistanesa precisa interromper seu apoio aos insurgentes.

Em uma entrevista à TV americana, o chefe do Estado Maior das Forças Armadas americanas, almirante Mike Mullen, disse que a ISI, a agência de inteligência militar paquistanesa, mantém laços com militantes de ambos os lados da fronteira com o Afeganistão e da fronteira com a Índia.

Em outra entrevista, o chefe do Comando Central dos Estados Unidos, general David Petraeus, disse que alguns grupos militantes foram estabelecidos pela ISI e que as suas ligações com a agência continuam.

Outras autoridades americanas, que falaram ao jornal The New York Times em condição de anonimato, deram mais detalhes sobre a acusação.

Segundo eles, o fortalecimento do Talibã no sul do Afeganistão estaria sendo possibilitado pelo envio de suprimentos militares do Paquistão.

O jornal disse que a vigilância eletrônica e informantes haviam mostrado que o nível de cooperação entre a agência e esses grupos era mais forte do que se pensava anteriormente.

Líderes paquistaneses negam publicamente qualquer envolvimento com os grupos militantes.

As autoridades americanas admitem que os contatos podem não incluir os mais altos níveis das Forças Armadas e do governo paquistanês.

Mas os Estados Unidos parecem estar perdendo a paciência com o Paquistão.

O general Petraeus disse que havia casos recentes nos quais agentes da ISI pareciam ter avisado militantes cujos esconderijos haviam sido descobertos.

Ele disse que a confiança no Paquistão será claramente abalada se as operações militares continuarem a ser prejudicadas por vazamentos de informações de inteligência.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Hillary reconhece que muro não resolve problema migratório

26/03/09

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou que o muro que seu país está construindo na fronteira com o México para bloquear os fluxos ilegais de pessoas, drogas e armas "não resolve o problema", segundo uma entrevista publicada nesta quinta pelo jornal Milenio.

No entanto, a chefe da diplomacia americana, que termina hoje uma visita oficial de dois dias ao México, disse ao jornal mexicano que, "em algumas partes de nossa fronteira, que são muito isoladas, pode ser que (o muro) proporcione um pouco de ajuda".

Os Estados Unidos já construíram 965 km de um muro fronteiriço, o que produziu fortes críticas de vários países latino-americanos quando foi anunciada a edificação, mas faltam completar ainda cerca de 112 km de infraestrutura.

A maior parte dessa estrutura limítrofe foi erguida durante a Administração do ex-presidente George W. Bush, presidente de janeiro de 2001 ao mesmo mês de 2009.

"Vamos nos fixar bem no muro: onde foi construído, como foi construído, e vamos tentar idealizar melhores soluções que as que foram ensaiadas antes", disse Hillary, que visitou hoje, na capital mexicana, o centro de comando da Polícia Federal, a Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, e viajou depois à cidade de Monterrey.

A funcionária americana afirmou que "a reforma integral da imigração é uma alta prioridade do Governo do presidente (Barack) Obama", ao ponto que "compete pela atenção com a economia, que está tão grave".

Hillary disse que todos na Administração de Obama "estão lutando para recuperar a economia, mas não vamos nos dar por vencidos com a reforma migratória".

quarta-feira, 25 de março de 2009

Israel admite ter matado 189 crianças e jovens durante ofensiva em Gaza


25/03/09

A Força de Defesa israelense (IDF, na sigla em inglês) admitiu nesta quarta-feira ter matado 309 civis inocentes, entre eles 189 crianças e jovens com menos de 15 anos, durante a recente ofensiva militar contra o movimento islâmico radical Hamas, na faixa de Gaza. Segundo o Centro Palestino de Direitos Humanos, 1.434 palestinos foram mortos, incluindo 960 civis, 239 policiais e 235 militantes.

O relatório do Exército israelense aponta ainda que 600 militantes palestinos do Hamas morreram durante a operação militar de 22 dias, entre dezembro e janeiro --incluindo os policiais que foram mortos em um bombardeio no primeiro dia da ofensiva, durante a parada de graduação da academia, em Gaza.

A lista inclui ainda 320 mortos descritos como "não filiados" --o que significa que a IDF não sabe dizer se eles são ou não militantes-- e outros 14 membros do partido laico Fatah, rival do Hamas, que foram executados pelo grupo palestino durante a ofensiva.

A lista, preparada pela diretoria da IDF responsável pela faixa de Gaza, foi divulgada em reportagem do "Haaretz", dias depois do jornal israelense publicar uma série de reportagens com relatos de soldados que denunciam assassinato de civis inocentes, vandalismo, além de um bilhete que ordena ataques a equipes médicas e a campanha dos rabinos do Exército para transformar a operação em uma "guerra santa".

No total, as forças israelenses contabilizam 1.370 mortes, contra as 1.434 do Centro Palestino de Direitos Humanos. Segundo o "Haaretz", a IDF identificou 1.249 vítimas da lista apresentada pela entidade palestina.

O grupo de vítimas listada pela Força de Defesa de Israel inclui ainda 91 mulheres e 21 idosos que não estavam envolvidos no combate, além de seis trabalhadores da agência da ONU (Organização das Nações Unidas) para refugiados palestinos e dois médicos de equipes de resgate.

Conquista

O militar Yoav Galant, do Comando do Sul das IDF, afirmou à Radio Army que o saldo "baixo" de mortes de civis foi sem precedentes ao se considerar o tipo de confronto, no qual o Exército de Israel entrou em cidades e áreas populosas da faixa de Gaza --um território de cerca de 360km¦ no qual vive 1,5 milhão de palestinos.

"Este saldo de [civis] não envolvidos [no confronto] é uma conquista para a qual não há exemplos na história das campanhas militares, não apenas em Israel, mas em todo o mundo", disse Galant, em citação reproduzida pelo "Haaretz".

O militar afirmou ainda que a ofensiva contra o Hamas --considerada um fracasso pela população israelense já que não interrompeu os ataques de foguetes contra Israel, objetivo declarado da operação-- melhorou significativamente o desempenho de Israel.

"A guerra teve um efeito de longo alcance não apenas na arena da faixa de Gaza, mas também em nossos vizinhos que compreendem que a IDF é capaz de fazer o que fez aqui em outros lugares também", disse Galant.

Massacre

O relatório da IDF não aborda, contudo, os recentes relatos de soldados israelenses que participaram da ofensiva. Na semana passada, o jornal publicou relato de um comandante da Força de Defesa que denunciou que rabinos do Exército disseram às tropas que lutavam na ofensiva militar que o confronto era uma "guerra religiosa" contra os pagãos.

"A mensagem deles era bem clara: nós somos judeus, nós viemos para esta terra por um milagre, Deus nos trouxe de volta a esta terra, e agora nós precisamos lutar para expulsar os pagãos que estão interferindo na conquista da terra santa", disse o comandante, citado pelo jornal.

O relato de Ram, um pseudônimo para proteger a identidade do militar, vazou de um encontro no dia 13 de fevereiro entre membros das Forças Armadas, estudantes do curso preparatório de soldados de Yitzhak Rabin, que compartilharam suas experiências em Gaza.

Alguns veteranos, formados na academia militar, falaram sobre o assassinato de civis inocentes e de suas impressões de desprezo profundo aos palestinos dentro das forças israelenses. "A atmosfera em geral, não sei como descrever. As vidas de palestinos, digamos que são menos importantes que as de nossos soldados", diz um dos trechos da declaração de um chefe de pelotão que atuou em Gaza, ao justificar a morte de uma palestina e seus dois filhos, mortos por um atirador de elite israelense.

O diretor da instituição, Danny Zamir, confirmou ao jornal israelense que os relatos são autênticos.

O jornal publicou ainda informação de que um palestino encontrou uma instrução, escrita a mão e em hebraico, que indicava aos soldados israelenses a atacar equipes de resgate durante a ofensiva.

"Regra de engajamento: Abrir fogo também contra pessoal de socorro" era o texto que estava escrito em uma folha de papel encontrada em uma das milhares de casas palestinas tomadas pela Força de Defesa israelense em Gaza.

A denúncia inclui ainda uma reportagem do jornal britânico "The Guardian" que traz "provas documentadas" do uso de crianças palestinas como escudo humano e os ataques diretos contra médicos e hospitais. O jornal diz ter encontrado provas dos ataques feitos contra civis por aviões não tripulados que, segundo o jornal, são tão precisos que seu piloto pode distinguir até a cor da roupa de um possível alvo.

Hillary admite 'corresponsabilidade' dos EUA por expansão do narcotráfico no México

25/03/09

CIDADE DO MÉXICO, 25 MAR (ANSA) - A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, admitiu nesta quarta-feira que os Estados Unidos são "corresponsáveis" pela expansão do narcotráfico no México.

A ex-primeira-dama, que chegou hoje ao país vizinho para uma visita oficial de dois dias, criticou também o "insaciável apetite" dos norte-americanos por drogas ilícitas.

"Nossa insaciável demanda de drogas ilegais alimenta o tráfico", disse ela, ainda durante a viagem de ida ao México, feita em um avião da Força Aérea norte-americana.

Hillary desembarcou na capital do país, Cidade do México, e foi recebida pela ministra das Relações Exteriores, Patricia Espinosa, com quem deverá se reunir para discutir temas de interesse bilateral, como a migração e a violência associada ao tráfico de drogas. Sua agenda inclui também um encontro com o presidente Felipe Calderón.

Em suas declarações, a secretária de Estado enfatizou também "a incapacidade" demonstrada por autoridades norte-americanas para coibir o tráfico de armas enviadas ao México. Segundo ela, este é um dos principais fatores originários da onda de violência que atinge o país.

Recentemente, em diversas ocasiões a Casa Branca manifestou-se "preocupada" com o aumento da criminalidade do outro lado da fronteira, e especialmente com os reflexos que o quadro poderia gerar nos Estados Unidos.

No ano passado, quase 6.000 pessoas foram assassinadas em crimes vinculados ao narcotráfico no México. No início da semana, o governo do país divulgou a lista dos criminosos mais procurados e prometeu recompensas de US$ 2 milhões por informações que levem a suas capturas.

Ontem, Washington anunciou um plano de US$ 700 milhões para apoiar as políticas de segurança de Calderón. O dinheiro será repassado pela Iniciativa Mérida, convênio bilateral firmado em 2008 na área de defesa.

Entre as medidas, apresentadas pela secretária de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Janet Napolitano, está a duplicação do número de agentes federais norte-americanos na fronteira para coibir o tráfico de armas.

A visita de Hillary Clinton antecede em duas semanas a do presidente Obama, que deve viajar ao México em meados do mês.

Lançamento de míssil da Coreia do Norte pode ser iminente--EUA

25/03/09

WASHINGTON (Reuters) - A Coreia do Norte posicionou o que acredita-se ser um míssil balístico de longo alcance em uma estação, o que poderia ser um preparativo para lançamento, disse uma autoridade norte-americana para a não-proliferação nesta quarta-feira.

"É possível que isto sinalize um lançamento iminente, mas o horário exato segue indeterminado", afirmou a autoridade à Reuters, advertindo que as intenções da Coreia do Norte são difíceis de serem medidas.

terça-feira, 24 de março de 2009

FMI emprestará a países sem cobrar desempenho

Terça, 24 de Março de 2009.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta terça-feira uma ampla reforma para simplificar seus empréstimos aos Estados em dificuldades, que inclui a criação de uma nova forma de empréstimos sem critério de desempenho, nem limite de montante.

A nova linha de crédito (Flexible Credit Line) vai substituir a aprovada em outubro (Short-Term Liquidity Facility) para países com boas políticas e aumentar a reserva de recursos disponíveis a eles, sem restrições.

"Essas reformas representam uma mudança significativa na maneira como o Fundo pode ajudar seus países membros, o que é especialmente necessário neste contexto de crise global", disse o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn.

"Mais flexibilidade em nossos empréstimos, junto a condições eficientes, vai nos ajudar a responder efetivamente às várias necessidades dos membros. Isso, em seguida, vai ajudá-los a resistir à crise e retomar um crescimento sustentável."

segunda-feira, 23 de março de 2009

Entenda o conflito entre Israel e Palestina

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Com crise, setor de alimentos vira alvo de Hugo Chávez


22/03/2009‎

Com cofres vazios e pressionado pela inflação, governo tenta garantir abastecimento na marra


Com o agravamento da crise econômica e os efeitos negativos da queda do preço do petróleo sobre a economia da Venezuela, o presidente Hugo Chávez acelerou a implementação de seu projeto socialista, elegendo o setor alimentício como o primeiro alvo das mudanças. O objetivo, segundo ele, é garantir o abastecimento às camadas mais carentes da população, que tem sofrido com o aumento da inflação.

Chávez já desapropriou fazendas e indústrias e fez intervenções e ameaças de tabelamento sobre alguns produtos. Em uma década de governo Chávez, a Venezuela tornou-se mais dependente da importação de comida.

O país importa hoje 70% dos alimentos que consome. Até o ano passado, o governo tinha recursos de sobra para suprir a escassez de alguns produtos com importações, mas a queda do preço do petróleo reduziu essa capacidade.

Outras medidas

Além de uma intervenção mais forte sobre o setor de alimentos, com a crise Chávez interveio nos principais portos e aeroportos do país. Com isso, assumiu o controle das instalações que antes ficavam nas mãos de prefeitos e governadores oposicionistas.

O governo também fez ataques diretos à oposição, como o pedido de prisão a Manuel Rosales, principal dirigente contrário ao governo chavista, por supostas acusações de corrupção.

Chávez põe fim a trégua e ataca Obama

23/03/2009‎

O ex-presidente dos EUA George W. Bush era um alvo frequente dos discursos de Hugo Chávez – o líder venezuelano chegou a compará-lo ao diabo –, mas seu sucessor, Barack Obama, vinha sendo poupado até agora. Até agora: ontem, em seu programa de rádio e TV Alô, Presidente, o presidente da Venezuela partiu para o ataque e chamou Obama de “pobre ignorante”.

– Agora, Obama vai me acusar de exportar terrorismo? Que pobre ignorante. Que estude, que leia um pouco e aprenda qual é a realidade. Senhor Obama, quem exportou terrorismo por quase 200 anos foi o império americano, que bombardeou, invadiu e matou – afirmou Chávez.

Na noite de sábado, em entrevista à rede de TV árabe Al-Jazeera, Chávez já havia dito, sem citar de onde tirou a informação, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “não havia saído muito satisfeito” do encontro que teve no dia 14 com Obama, na Casa Branca, em Washington. No início do mês, o líder venezuelano havia autorizado Lula a agir como uma espécie de mediador das desavenças Chávez-EUA.

No sábado, Chávez anunciou uma série de medidas para fazer frente à queda do preço internacional do petróleo, produto do qual depende, essencialmente, a economia do país. O governo aumentará de 9% para 12% a alíquota do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) – equivalente ao ICMS brasileiro – e reduzirá em 6,7% o orçamento federal deste ano, de US$ 77,9 bilhões para US$ 72,7 bilhões. Os cortes incidirão, segundo Chávez, sobre a compra de veículos, a reforma de prédios, a construção de novas sedes, a publicidade governamental e as viagens desnecessárias ao Exterior. Ele também prometeu acabar com os “supersalários que dão vergonha”.

Na madrugada de sábado, militares tomaram o porto e o aeroporto de Maracaibo e o aeroporto de Valencia, capitais dos importantes Estados de Zulia e Carabobo, hoje governados pela oposição.

Crise jogará milhões na miséria, prevê FMI

‎23/03/2009‎

Genebra - No alerta mais sério já feito sobre a crise, o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss Kahn alertou nesta manhã em Genebra que "milhões serão jogados para a miséria" e aponta para o risco de conflitos como resultado da recessão mundial. "A tensão social já é uma ameaça para a democracia e a crise ainda pode acabar em guerra em alguns locais. Quando há uma tensão social, não podemos excluir que alguém possa tentar encontrar derivativo em conflito diante da crise", alertou Strauss Kahn.

Segundo ele, a economia mundial terá uma queda entre 0,5% e 1% em 2009. "Os países emergentes também sofrerão", alertou. Para ele, há uma chance de uma recuperação para a economia em 2010. Mas isso ainda dependerá de como governos não responder à crise.

Ele apelou nesta manhã por políticas amplas para lidar com a crise, além de uma solução para os bancos. "Até que os bancos não sejam limpados, não haverá uma recuperação", disse. "Apagar o fogo é complicado. Mas é melhor que deixar a casa pegar fogo", concluiu o diretor-gerente.

China será mais flexível nas negociações da Rodada de Doha

23/03/2009‎

PEQUIM, China (AFP) — A China será mais flexível nas negociações multilaterais de comércio, para facilitar o desbloqueio da Rodada de Doha, afirmou o ministro do Comércio, Chen Deming, citado pelo jornal oficial em língua inglesa China Daily.

"A China se mostrará flexível em certos temas, como a agricultura, para facilitar o sucesso do sistema de comércio multilateral mundial", disse Chen.

Ele acrescentou que Pequim também está disposta a uma maior abertura no setor de serviços ao fim das negociações de Doha.

Mas o ministro chinês afirmou que os Estados Unidos devem seguir o mesmo caminho para desbloquear a Rodada de Doha, lançada em 2001 na capital de Qatar.

"A iniciativa está agora do lado dos Estados Unidos, mais do que dos países em desenvolvimento", disse o ministro, para quem "restam apenas alguns pontos de divergência".

As últimas negociações dos países membros da Organização Mundial do Comércio (OMC), ano passado, fracassaram no último momento por divergências entre Estados Unidos e Índia.

EUA vão atacar tráfico na fronteira com o México

22/03/2009‎

WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está finalizando planos para enviar agentes federais, equipamentos e recursos para a fronteira dos EUA com o México, para apoiar a campanha contra a violência do narcotráfico, movida pelo presidente do México, Felipe Calderón, segundo reportagem do jornal Washington Post.

Na primeira iniciativa de Obama na área de segurança interna, assessores da Presidência devem anunciar no começo desta semana um ataque ao tráfico de armas e a remessas de dinheiro dos EUA para o México, que estariam ajudando a manter os cada vez mais violentos cartéis mexicanos.

O anúncio vai anteceder a viagem ao México, nos próximos dias, de três membros do governo de Obama: a secretária de Estado, Hillary Clinton; o procurador-geral de Justiça, Eric Holder Jr.; e Janet Napolitano, do Departamento de Segurança Interna.

Governo enviará equipamentos de ponta

Janet Napolitano, designada por Obama para elaborar um plano de segurança para a fronteira, disse que o governo vai intensificar as investigações contra as atividades dos cartéis nos Estados Unidos.

Os americanos pretendem usar equipamentos de ponta - como balanças para medir o peso de caminhões e leitores eletrônicos de placas, ligados aos arquivos da polícia - com o objetivo de conter o fluxo de armas e munição em pontos da fronteira.

Autoridades dos dois países estão discutindo novas estratégias para aumentar a cooperação nas áreas militar e de inteligência. O governo de Obama poderia remanejar fundos destinados ao combate ao terrorismo para rastrear as operações de transferência de dinheiro entre traficantes dos EUA e do México.

Tema ganha destaque na agenda de Obama

Com planos para visitar o México em meados de abril, Obama transformou em prioritário um assunto que não era um dos temas-chave de sua campanha à Casa Branca. Essa preocupação segue um aumento no número de crimes ligados ao tráfico nas cidades mexicanas ao longo da fronteira, levando ao temor de uma desestabilização na região. Desde o começo de 2008, mais de sete mil pessoas foram assassinadas no México em confrontos relacionados com o tráfico.

Embora um relatório do Pentágono, feito em novembro de 2008, tenha concluído que um eventual colapso de autoridade no México mereceria "considerável atenção", especialistas em segurança não acreditam que os cartéis mexicanos estejam dispostos a atacar alvos dos EUA, sejam áreas de interesse ou civis.

- A crescente violência na região causa preocupação, mas não representa uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos - afirma Mike Hammer, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, creditando o fato "à determinação e à coragem" do presidente mexicano no combate aos cartéis.

Mesmo assim, a ameaça à segurança nacional americana poderia se tornar real caso as autoridades mexicanas fossem forçadas a admitir uma coexistência com os narcotraficantes. Para analistas, isso poderia afetar o progresso da democracia e do livre mercado no México, além de fazer erodir a influência dos EUA.

domingo, 22 de março de 2009

Camisetas com agressões a palestinos viram moda entre soldados israelenses


‎21/03/2009‎

Camisetas com frases e desenhos agressivos a palestinos viraram moda entre os soldados israelenses, informou o site do jornal "Ha'aretz", neste sábado (21).

A publicação cita fontes de uma confecção do sul de Tel Aviv, que disse estar sendo muito procurada por militares que pedem camisas com estampas e frases em que os palestinos são atacados.

De acordo com o "Ha'aretz", as imagens mais pedidas mostram crianças mortas, mães chorando sobre os túmulos de seus filhos e mesquitas destruídas por bombas.

Já a frase "Um disparo, dois mortos" é um das que mais acompanham as fotos.

Em declarações ao jornal, um soldado da infantaria conta que os oficiais algumas vezes aprovam as impressões, mas que "nem sempre" podem escolher as frases e as imagens.

Mortes

Trata-se do segundo escândalo em que o Exército israelense se envolve nesta semana, já que, na quinta-feira, a imprensa publicou testemunhos de soldados que garantiram ter matado civis e cometido atos de vandalismo na ofensiva militar, de dezembro e janeiro, contra a Faixa de Gaza.

Os testemunhos incluem a descrição de um líder de um pelotão de infantaria sobre um incidente no qual um atirador de elite disparou por engano contra uma mulher palestina e seus dois filhos. Segundo o militar, o comandante de outro pelotão deixou que a família saísse de um edifício no qual tinha ficado retida por soldados sob seu comando, para evitar que fosse confundida com militantes do Hamas.

"Disseram para que fossem pela direita. Uma mãe e os dois filhos não entenderam [o comandante] e foram à esquerda, mas esqueceram de dizer ao atirador de elite no telhado que deixasse eles irem, que tudo estava normal e que não devia atirar. E ele fez o que achava que devia fazer, cumpria ordens", disse.

Segundo o militar, "o atirador viu a mulher e os dois filhos se aproximando dele além das linhas que ninguém devia atravessar. Atirou. Em qualquer caso, o que aconteceu é que os matou", resume.

O chefe de pelotão disse ainda não acreditar que o atirador se "sentisse mal a respeito", afinal, fazia apenas seu trabalho.

Após a publicação dos relatos, o Exército israelense anunciou a abertura de uma investigação.

Mensagem positiva de Obama ao Irã abre espaço para a diplomacia

21/09/09

Segundo membros do governo dos Estados Unidos e diplomatas europeus, a mensagem inédita ao Irã que o presidente Barack Obama enviou por vídeo na sexta-feira (20/03) foi parte de uma estratégia cujo objetivo é enfatizar um recado positivo para os iranianos no prelúdio da eleição presidencial daquele país, que ocorrerá no próximo verão.

Entre outras medidas que estão sendo avaliadas está um comunicado direto de Obama ao aiatolá Ali Khamenei, o líder supremo do Irã, e o fim da proibição de contatos diretos entre diplomatas menos graduados dos Estados Unidos e seus congêneres iranianos em diversas partes do mundo.

Pelo menos por ora, a estratégia dos Estados Unidos baseia-se em enfatizar a diplomacia, em parte devido ao temor de que uma mensagem mais agressiva e concentrada no programa nuclear do Irã possa ser contraproducente em meio ao calor político da temporada eleitoral iraniana. As autoridades disseram que Obama manterá arquivada durante os próximos meses uma proposta de sanções mais punitivas contra o Irã, algo que foi o principal foco do governo Bush.

Após três décadas de um congelamento das relações entre Estados Unidos e Irã, parece ser significante o fato de Obama ter dirigido os seus comentários não apenas ao povo iraniano, mas também aos líderes daquele país, e de ele ter se referido ao Irã como "a República Islâmica", indicando uma aparente disposição para negociar com o atual governo religioso.

As autoridades iranianas responderam cautelosamente à mensagem de Obama. Membros do governo, que ainda estão fazendo uma revisão estratégica da política para o Irã, dizem que ainda não desistiram de impor sanções mais duras contra Teerã, mas que concluíram que enviar agora uma mensagem positiva é algo que proporciona mais chances de sucesso. Um dos motivos para isso é o fato de parecer improvável que a Rússia apoie sanções mais duras antes que Obama demonstre primeiro que empenhou-se bem mais do que o presidente George W. Bush em negociar com o Irã.

O vídeo de Obama que foi divulgado pela Casa Branca às 12h01 da sexta-feira, com legendas em persa, coincide com o festival iraniano de Nowruz, um feriado de 12 dias que marca o ano novo no Irã.

"Nesta temporada de recomeços, eu gostaria de falar claramente aos líderes iranianos", disse Obama na sua mensagem. "O meu governo está agora comprometido com a diplomacia que aborda uma ampla gama de questões que temos pela frente, e com a busca de laços construtivos entre os Estados Unidos, o Irã e a comunidade internacional. Esse processo não progredirá por meio de ameaças".

O governo israelense também enviou uma mensagem de Ano Novo ao povo iraniano na sexta-feira, embora autoridades norte-americanas e israelenses insistam que os dois gestos não fizeram parte de um plano coordenado. "Sei que notificamos os nossos aliados a respeito da nossa mensagem na noite passada", disse o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs. Mas ele acrescentou que não sabe se Israel também notificou os Estados Unidos com antecedência.

Alguns especialistas afirmam que o fato de a mensagem dos Estados Unidos ter sido enviada no mesmo dia que a de Israel tem o potencial para diluir o efeito da mensagem de Obama, ao vinculá-la a Israel, cujo governo tem sido muito mais hostil em relação ao Irã.

Na sua mensagem, Obama declarou que "os Estados Unidos desejam que a República Islâmica do Irã ocupe o lugar que lhe cabe na comunidade das nações". Segundo os diplomatas, a referência ao Irã como "República Islâmica" e a declaração direta a respeito de não ameaçar Teerã foi o primeiro sinal claro do governo Obama de que não tem como objetivo mudar o governo no Irã, algo que é uma preocupação fundamental para a liderança iraniana.

"O texto foi elaborado com o intuito de demonstrar a aceitação do governo do Irã", afirma Martin S. Indyk, ex-embaixador dos Estados Unidos em Israel e autor do livro "Innocent Abroad: An Intimate Account of American Diplomacy in the Middle East" ("Inocente no Exterior: Um Relato Íntimo da Diplomacia Norte-americana no Oriente Médio").

"A mensagem está repleta de sinceridade e aborda diretamente uma das questões que mais preocupa os iranianos", diz Indyk.

Obama chegou ao ponto de citar o poeta medieval persa Saadi. "Os filhos de Adão são membros uns dos outros, tendo sido criados a partir de uma única essência", disse ele.

No Irã, as autoridades foram cautelosas na sua resposta inicial, afirmando que a mensagem de Obama deve ser seguida de ações concretas no sentido de lidar com questões antigas que foram fontes de atrito, como a derrubada de uma aeronave civil iraniana em 1988. Ali Akbar Javanfekr, um assessor graduado do presidente Mahmoud Ahmadinejad, elogiou a iniciativa de comunicação com os iranianos, mas disse que o Irã deseja mais do que simples palavras.

"Isso não pode ser feito somente por nós, não podemos simplesmente esquecer o que os Estados Unidos fizeram com a nossa nação", declarou Javanfekr. "Ele precisam perceber a orientação errada que adotaram e fazer tentativas sérias para corrigi-la".

Mas Karim Sadjadpour, uma especialista em questões iranianas-americanas da instituição Carnegie Endowment for International Peace, afirma que a mensagem de Obama forçará autoridades iranianas de linha dura - como Ahmadinejad - a tomar uma posição quanto às perspectivas de melhores relações com os Estados Unidos.

"O que essa mensagem faz é colocar os elementos de linha dura em uma posição difícil, porque onde o governo Bush uniu líderes políticos iranianos de linha distinta contra uma ameaça comum, o que Obama está fazendo é acentuar as divisões internas no Irã", afirma Sadjadpour. "Isso faz com que os indivíduos de linha dura deem cada vez mais a impressão de serem um impedimento ao bom relacionamento".

Os diplomatas europeus aplaudiram a medida, mas ficaram perplexos com o fato de o presidente Shimon Peres ter enviado também a sua própria mensagem ao povo iraniano. "Isso é de fato uma vergonha porque o efeito principal deveria ser Obama, e a iniciativa de Peres dilui isso", afirma um diplomata europeu, que, devido às regras diplomáticas usuais, pediu que o seu nome não fosse divulgado.

As autoridades israelenses disseram à Casa Branca que no máximo até o final do ano o Irã terá tudo o que precisa caso decida produzir uma arma nuclear. As autoridades indicaram que Israel agirá unilateralmente contra o Irã se acreditar que a diplomacia de Obama não está surtindo efeito. Não se sabe até que ponto essa ameaça é real.

Israel tem pressionado também o governo Obama para cogitar a aplicação de novas e mais duras sanções contra o Irã. Entre as sanções defendidas pelos israelenses está o corte do fornecimento de gasolina refinada ao Irã - uma sanção que o próprio Obama mencionou como sendo um último recurso, durante a campanha do ano passado - e a inspeção total de todos os navios que deixarem os portos iranianos, para garantir que eles não transportem armas.

Para o governo Obama, o tempo para a aplicação da diplomacia poderá ser curto. O Irã parece ter resolvido vários problemas tecnológicos que o impediam de enriquecer urânio. Atualmente as suas centrífugas parecem estar funcionando com alto grau de eficiência, de acordo com relatórios da Agência Internacional de Energia Atômica. O país já produziu uma quantidade de urânio suficiente para produzir, depois de mais enriquecimento, combustível suficiente para a fabricação de uma bomba atômica.

Entenda o conflito em Gaza


Três semanas após iniciar a operação militar na Faixa de Gaza, Israel anunciou um cessar-fogo unilateral. Inicialmente o grupo palestino Hamas disse não aceitar os termos da trégua e continuou lançando novos ataques, provocando retaliação israelense.


O grupo, no entanto, voltou atrás e também anunciou o cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, dando a Israel uma semana para retirar suas tropas do território palestino.

A ofensiva deixou mais de 1.300 palestinos e 13 israelenses mortos.

A BBC elaborou uma série de perguntas e respostas sobre o conflito em Gaza.

Por que Israel declarou o cessar-fogo e quais são os seus termos?

O cessar-fogo unilateral foi declarado por Israel 22 dias depois do início da ofensiva na Faixa de Gaza. O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert disse à nação que o Hamas havia sido "seriamente atingido" e que os objetivos de Israel foram alcançados.

Israel vinha sofrendo grande pressão internacional para interromper as hostilidades em Gaza e um dia antes do cessar-fogo assinou um acordo com os Estados Unidos que prevê cooperação entre os dois países para impedir o contrabando de armas e explosivos para o território palestino.

Israel diz que permanecerá em Gaza por enquanto e se dá o direito de retaliar ataques com foguetes lançados pelo Hamas contra seu território.

Como o Hamas reagiu ao cessar-fogo?

Inicialmente o Hamas disse não aceitar os termos da trégua e voltou a insistir que suas principais exigências sejam atendidas.

O grupo exige a retirada total das tropas israelenses de Gaza, o fim do bloqueio ao território e a reabertura das passagens de fronteira.

Logo após o anúncio da trégua israelense, na noite de 17 de janeiro, o Hamas voltou a lançar foguetes contra Israel, que retaliou com ataques aéreos.

Porém, horas mais tarde o grupo também declarou cessar-fogo imediato e deu a Israel uma semana para retirar suas tropas de Gaza.

Por que Israel iniciou os ataques contra a Faixa de Gaza?

Os israelenses afirmam que lançaram os ataques para impedir que grupos militantes palestinos continuem lançando foguetes contra seu território.

Israel quer que o lançamento de foguetes seja interrompido e que sejam tomadas medidas para impedir o rearmamento do Hamas, grupo que controla a Faixa de Gaza.

Para atingir esse objetivo, Israel está tentando destruir ou reduzir a capacidade de combate do Hamas e tomar controle de seus estoques de armas.

Os ataques israelenses foram iniciados em 27 de dezembro, pouco depois de o Hamas anunciar que não iria renovar um acordo de cessar-fogo que estava em vigor desde junho de 2008.

Por que o Hamas não renovou o cessar-fogo com Israel?

O acordo de cessar-fogo, que havia sido mediado pelo Egito, foi quebrado diversas vezes na prática.

Havia um círculo vicioso. O Hamas reclamava do bloqueio econômico por terra, ar e mar imposto por Israel sobre Gaza. Israel reclamava que o Hamas estava contrabandeando armas para dentro do território por meio de túneis subterrâneos na fronteira com o Egito, além de lançar foguetes contra o território israelense.

O Hamas dizia que o lançamento de foguetes é uma forma justificada de resistência e de chamar a atenção para o sofrimento população de Gaza. Israel afirmava que seu bloqueio a Gaza se justifica como forma de tentar forçar o Hamas a observar o cessar-fogo.

A tensão aumentou depois que os israelenses realizaram uma incursão no sul de Gaza, no início de novembro, para destruir túneis que, segundo eles, eram usados para contrabando de armas. Esse episódio levou a uma nova onda de foguetes lançados contra Israel pelo Hamas e, em conseqüência, a um endurecimento do bloqueio israelense em Gaza.

Como condição para renovar o cessar-fogo, encerrado após seis meses de duração, o Hamas exigia a suspensão do bloqueio israelense em Gaza.

Por que o Hamas lança foguetes contra Israel?

Hamas é uma abreviatura de Movimento de Resistência Islâmica. O grupo considera toda a Palestina histórica terra islâmica e, portanto, vê o Estado de Israel como um ocupante, apesar de ter oferecido uma "trégua" de dez anos em troca da retirada de Israel para as fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, em 1967.

O Hamas geralmente justifica suas ações contra Israel, que incluem ataques suicidas e lançamento de foguetes, como sendo uma forma legítima de resistência.

No caso particular de Gaza, o grupo argumenta que o bloqueio israelense justifica um contra-ataque com todos os meios possíveis.

Quantas vítimas os foguetes lançados pelo Hamas contra Israel já deixaram?

Desde 2001, quando os foguetes começaram a ser lançados, mais de 8,6 mil atingiram o sul de Israel, cerca de 6 mil deles disparados a partir da retirada de Israel de Gaza, em agosto de 2005.

Os foguetes já mataram 28 pessoas e feriram centenas de outras. Na cidade israelense de Sderot, perto de Gaza, 90% dos moradores dizem que já houve explosão de foguetes na rua em que vivem ou nas cercanias.

O alcance dos foguetes lançados pelo Hamas vem aumentando. O Qassam (batizado assim em homenagem a um líder palestino dos anos 1930) tem alcance de cerca de 10 Km.

No entanto, recentemente a cidade israelense de Beersheba, a 40 Km de Gaza, foi atingida por artefatos mais avançados, incluindo versões do antigo sistema soviético Grad, também conhecido como Katyusha, provavelmente contrabandeadas para Gaza e que colocam cerca de 800 mil israelenses em risco.

Fontes médicas palestinas dizem que mais de 700 pessoas foram mortas na Faixa de Gaza na atual operação militar israelense.

Quais os efeitos do bloqueio israelense na Faixa de Gaza?

Os efeitos foram severos. A atividade econômica já era baixa quando os ataques israelenses começaram. A agência das Nações Unidas para refugiados palestinos (UNWRA, na sigla em inglês) presta assistência alimentar para cerca de 750 mil pessoas em Gaza. Em novembro, quando o bloqueio foi reforçado, o diretor da agência, John Ging, disse que a UNWRA estava ficando sem comida para distribuir aos palestinos.

Desde que a atual operação militar começou, Israel tem afirmado que vai permitir a passagem de ajuda humanitária, mas o volume tem sido menor do que costumava. O território também enfrenta falta de medicamentos e de combustível.

Qual é a história da Faixa de Gaza?

Gaza era parte da Palestina quando o território estava sob administração britânica, em um mandato garantido pela Liga das Nações, após a Primeira Guerra Mundial.

Em combates depois que Israel declarou sua independência, em 1948, o Egito capturou a Faixa de Gaza.

Refugiados palestinos das cidades costeiras do norte se abrigaram lá. Esses refugiados, ou seus descendentes, ainda vivem em campos da Organização das Nações Unidas (ONU) em Gaza.

Israel conquistou o território na guerra de 1967 e posteriormente deslocou cerca de 8 mil colonos israelenses para lá. No entanto, todos os colonos e soldados israelenses deixaram a Faixa de Gaza em 2005.

A Faixa de Gaza tem uma população de 1,5 milhão de pessoas, das quais 33% (cerca de 490 mil) são classificadas como refugiados. O território tem 40 Km de comprimento e cerca de 6 Km a 12 Km de largura.

Depois da retirada israelense em 2005, a Autoridade Palestina assumiu o controle de Gaza.

A Autoridade Palestina é formada principalmente por nacionalistas palestinos seculares do partido Fatah que, ao contrário do Hamas, acredita ser possível um acordo definitivo com Israel sobre uma solução que inclua dois Estados - Israel e Palestina.

Em janeiro de 2006, o Hamas venceu eleições parlamentares nos territórios palestinos e formou um governo na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Um governo de união nacional entre o Hamas e o Fatah foi formado em março de 2007.

No entanto, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, que é um líder do Fatah eleito diretamente em um pleito anterior, dissolveu o governo.

Em junho de 2007, alegando que forças do Fatah estavam planejando um golpe, o Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza à força. A Cisjordânia, porém, permaneceu sob o controle do Fatah.

O Hamas foi boicotado pela comunidade internacional, que exige que o grupo renuncie à violência e reconheça Israel.