segunda-feira, 4 de maio de 2009

Vírus da gripe se expande, mas EUA mostram esperança no combate

04/05/09

As autoridades dos Estados Unidos constataram que o vírus da gripe suína já está presente em 36 estados e infectou 303 pessoas, mas encontraram "sinais promissores" no combate, como o fato de que a maioria dos doentes apresentam sintomas leves.

"Não podemos dizer que estamos fora de perigo, mas há sinais promissores", disse hoje Richard Besser, diretor interino do Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) do país.

Besser, no entanto, pediu ao público que "não aproveite esses fatores promissores para baixar a guarda".

A secretária de Segurança Nacional, Janet Napolitano, também se referiu ao "cauteloso otimismo" que começou a surgir, tendo em vista o que chamou de sinais encorajadores percebidos nos Estados Unidos.

Entre esses indícios, tanto Besser como Napolitano citaram o fato de que a imensa maioria dos doentes mostra sintomas leves e que a doença está sendo transmitida mais lentamente no México, o maior foco e onde alguns dos doentes nos EUA contraíram o vírus.

Besser afirmou também que nos testes de laboratório se detectou que o novo vírus da gripe não tem a marca genética que tinham os de outras epidemias anteriores.

Ontem, a médica Anne Schuchat, do CDC, mencionou concretamente o vírus letal que desencadeou uma pandemia em 1918, que foi batizado como gripe espanhola e que matou dezenas de milhões de pessoas.

O vírus atual também guarda diferenças com o do H5N1 que se propagou em meados desta década, e que ficou conhecido como gripe aviária.

O diretor interino do CDC destacou que o vírus atual da gripe é "novo" e, portanto, de comportamento desconhecido, por isso que se desconhece com segurança como vai se comportar na próxima temporada gripal, no outono.

Uma das questões que estão sendo acompanhadas de perto no CDC é como se comporta o vírus quando chegar ao hemisfério sul, que está no outono e perto da temporada invernal.

"A comunidade internacional está trabalhando para fazer um acompanhamento do vírus no cone sul, para ver se muda ou se volta mais forte", disse.

"Isso nos dará mais pistas de como se pode comportar aqui no próximo outono", afirmou o especialista, após assinalar que se está avançando na elaboração de uma vacina, embora não tenha decidido ainda se será necessário administrá-la à população na próxima temporada de gripe.

Besser antecipou, no entanto, que nas próximas semanas o vírus acabará se estendendo por todo o país, e se produzirão mais hospitalizações de casos graves e, provavelmente, mais mortes.

Segundo os últimos números das autoridades de saúde, que incluem já os dados divulgados sobre Nova York, nos EUA há 303 casos confirmados, dos quais só um, uma criança mexicana no Texas, morreu.

Os estados onde o vírus se propagou com maior intensidade até agora são Nova York, com 90 casos, Texas (41), Califórnia (30), Delaware (20) e Arizona (17).

Conforme o vírus s expande, cada vez são maiores os colégios que tiveram que fechar suas portas para evitar a criação de um foco de propagação.

O Departamento de Educação informou hoje que permanecem fechadas 533 escolas públicas e privadas em 24 estados, o que obrigou que cerca de 330 mil estudantes ficassem em casa.

Em todo EUA, há perto de 100 mil centros educativos com 55 milhões de estudantes.

Em Nova York, a escola St. Francis, que registrou um intenso foco depois que um grupo de alunos viajou ao México, retomou hoje as aulas após uma semana de inatividade.

O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, e o diretor do Departamento de Saúde da cidade, Thomas Frieden, foram ao colégio para dar boas-vindas aos alunos e reiterar uma mensagem de calma.

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