sexta-feira, 24 de abril de 2009

Irã envia carta de protesto à ONU e pede que Ban seja "imparcial"

23/04/2009

O embaixador iraniano na ONU, Mohammad Khazaee, enviou nesta quinta-feira uma carta de protesto à ONU (Organização das Nações Unidas), em que diz ao secretário-geral, Ban Ki-moon, que ele deve ser imparcial no exercício de seu cargo, depois que Ban criticou o discurso que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, fez contra Israel na conferência mundial sobre o racismo.

Khazaee diz na carta que as autoridades das Nações Unidas devem atuar sempre com "imparcialidade e igualdade".

"É preciso ter o máximo de cuidado para evitar que, aparentemente, as Nações Unidas e seus distintos líderes tratam de assuntos de forma seletiva, praticam dois pesos e duas medidas ou assumem posições tendenciosas", afirma Khazaee na nota.

O escritório da ONU em Genebra não comentou a carta, que ainda não foi recebida.

Ban criticou o presidente iraniano na última segunda-feira, após o discurso de Ahmadinejad na conferência sobre o racismo realizada em Genebra, na qual denunciou o que chamou de política "racista" de Israel. Ban disse que lamentava "a utilização desta plataforma pelo presidente iraniano para acusar, dividir e até mesmo incitar. Isso é o contrário do que esta conferência pretende alcançar".

"É profundamente lamentável que o meu apelo para olhar para o futuro da unidade não tenha sido atendido pelo presidente iraniano", disse Ban em uma declaração, acrescentando que se reunira com Ahmadinejad antes da conferência das Nações Unidas, salientando a importância de união na luta contra o racismo.

A carta de Khazaee tacha como "incompreensíveis" as reações ao discurso do líder iraniano, considerando "o silêncio que as Nações Unidas e suas autoridades fazem em relação aos horrendos crimes israelenses contra os palestinos inocentes" e às "ameaças" lançadas contra o Irã pelo "regime israelense".

Khazaee também criticou a decisão dos embaixadores europeus de deixar a sala da conferência quando o presidente da República Islâmica começou seus ataques a Israel, acusado de utilizar o Holocausto como pretexto para agredir o povo palestino.

Ahmadinejad foi alvo de "duras e desmerecidas críticas por simplesmente tentar expor a posição do país que representa", disse o embaixador.

Além disso, em seu discurso, o presidente iraniano expressou o que, na opinião do Irã, "é a posição da maioria dos membros das Nações Unidas a respeito da difícil situação do povo palestino [...]", acrescentou.

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