De acordo com o Coordenador Humanitário das Nações Unidas para o território palestino ocupado, Maxwell Gaylard, embora a situação tenha melhorado, a população da Faixa de Gaza continua a ser prejudicada pelas restrições a importações e exportações e a limitação à entrega de ajuda humanitária.
O último relatório do Coordenador Humanitário mostra que, na semana que terminou em 28 de março, 721 carregamentos de bens de consumo tiveram acesso à Faixa, número ligeiramente menor que os 728 da semana anterior. Só essa semana foi permitida a entrada de produtos como chá, fermento e sal, que estavam impedidos de chegar à região desde outubro do ano passado. De acordo com Gaylard, os alimentos representam 80% dos produtos importados.
Ao mesmo tempo, materiais de construção, elétrico ou para uso industrial, bem como combustível e rebanhos de gado, não puderam entrar na Faixa. 35 mil pessoas continuam sem acesso à água. Os pescadores devem ter seu lucro prejudicado graças a uma nova restrição, que proíbe a pesca a uma distância maior que três milhas da costa de Gaza.
Sobre a situação da saúde na região, Gaylard e a Organização Mundial de Saúde (OMS) expressaram preocupação com o impedimento de pacientes palestinos buscarem tratamento hospitalar especializado fora da região, depois que o Hamas assumiu o controle do departamento de saúde da Faixa.
A OMS lembra que só 35% dos 615 milhões de dólares pedidos em fevereiro foram recebidos até o momento. O dinheiro deve ajudar 200 projetos das Nações Unidas e de ONGs criados para assistir os quase um milhão e meio de palestinos afetados pela ofensiva militar israelense no final do ano passado.
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Situação nas fronteiras de Gaza é "intolerável", diz ONU
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LOUIS CHARBONNEU
da Reuters
A situação nas fronteiras entre Israel e a faixa de Gaza está "intolerável" e as restrições às importações ao território palestino precisam ser amenizadas, disse o subsecretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), nesta quarta-feira.
"A situação intolerável nas passagens de Gaza permanece o impedimento-chave para levar ajuda --e esperança-- à população de Gaza", disse Lynn Pascoe, ao Conselho de Segurança da organização durante um debate mensal sobre o conflito de décadas entre Israel e os palestinos.
Crianças palestinas caminham perto de casa, na faixa de Gaza. ONU diz que a situação no território palestino é intolerável
No começo da semana, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, prometeu aos doadores do Ocidente que Israel suspenderia as restrições ao fornecimento de alimentos em Gaza após um desentendimento com Washington sobre comboios com macarrão e queijo que foram impedidos de entrar no território palestino onde, segundo a ONU, cerca de 80% da população depende inteiramente de ajuda humanitária para sobreviver.
Mas Pascoe, um ex-diplomata norte-americano, disse aos membros do conselho que, embora tenha havido um aumento na quantidade de bens autorizados a entrar na faixa de Gaza, "a qualidade e a quantidade de importações são insuficientes".
Ele afirmou que a ONU pediu que Israel "cumpra suas obrigações determinadas pela lei humanitária internacional e abra as passagens para suprimentos de emergência e materiais de construção, sem os quais não haverá uma maneira de reconstruir Gaza".
Israel diz ter aberto a fronteira de Gaza para quantias maiores de alimentos e medicamentos desde a recente ofensiva militar de dezembro e janeiro contra militantes do movimento islâmico radical Hamas na região. A guerra matou 1.434 palestinos, segundo o Centro Palestino de Direitos Humanos, e destruiu cerca de 5 mil residências.
Além de restrições ao que considera bens de luxo, como cigarros e chocolates, Israel bloqueou a entrada de materiais como cimento e aço para a reconstrução, porque considera que eles podem ser usados para rearmamento.
Pascoe também expressou preocupação com a ausência de um cessar-fogo permanente apesar dos esforços do Egito em negociar um acordo.
"Na ausência de um cessar-fogo, a violência continua", afirmou ele. "Durante o período relatado [entre meados de fevereiro e meados de março] mais de cem foguetes e morteiros foram disparados contra Israel a partir de Gaza. Esses ataques, alvejando áreas civis, são irresponsáveis e precisam parar."