terça-feira, 12 de maio de 2009

Exército paquistanês pede que civis deixem área de combate

12/05/09

O exército do Paquistão pediu nesta terça que a população saia dos distritos do norte do país onde está combatendo a insurgência talibã, e disse que já matou 751 insurgentes em duas semanas de operação militar.

Apesar dos "sucessos consideráveis" obtidos até agora pelo Exército, seu porta-voz, Athar Abbas, disse que "só se conseguirá realmente acabar com os militantes quando a maioria dos cidadãos tiver saído da zona de conflito".

As operações militares ocorrem em Swat e em vários outros distritos da divisão de Malakand, na Província da Fronteira Noroeste.

Em entrevista coletiva em Islamabad, televisionada ao vivo pelos canais paquistaneses, Abbas disse que as tropas "só" estão bombardeando "os esconderijos, campos de treinamento e centros de munição e logística" dos fundamentalistas quando há "informação de inteligência".

Segundo o porta-voz, o exército matou 751 insurgentes, 402 deles no Vale de Swat.

Um total de 29 membros das forças de segurança morreu na ofensiva, 18 deles em Swat, enquanto outros 77 ficaram feridos, acrescentou.

A operação em Malakand causou um êxodo em massa de população, que o Exército calculou hoje em 1,3 milhão de pessoas, mas a ONU afirmou hoje, em comunicado, que registrou 501,496 mil deslocados desde o início de maio.

O porta-voz militar negou que o exército tenha causado vítimas civis, reiterou que as tropas estão agindo com cautela e evitando o confronto em grandes núcleos urbanos, e prometeu divulgar em breve à imprensa imagens e vídeos de cadáveres de insurgentes.

A ausência de jornalistas e organismos independentes nas áreas de conflito torna impossível contrastar os números oferecidos regularmente pelo comando militar.

Abbas informou também que helicópteros do Exército transportaram hoje soldados até uma zona considerada reduto do líder talibã local, o mulá Fazlullah, no Vale de Swat.

"Tropas transportadas por helicópteros aterrissaram em Peochar. Têm a missão de realizar operações de rastreamento e destruição", disse, em referência a uma zona escassamente povoada e sob controle talibã situada no norte do distrito.

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