BERLIM - Os atentados em Moscou e no Daguestão dos últimos dias atraíram a atenção mundial para uma região que é, desde a época do czarismo, a mais problemática da Rússia. Com apenas seis milhões de habitantes, mas com 40 etnias e 50 idiomas, o norte do Cáucaso não encontrou, ainda, calma e estabilidade desde o fim da União Soviética, em
As repúblicas rebeldes do Cáucaso
Depois das duas guerras da Chechênia, que resultaram na morte de cem mil pessoas, o conflito, cujo início teve base no separatismo, após a desintegração da URSS, tornou-se um movimento de guerrilha em todo o norte do Cáucaso, onde grupos extremistas tentam criar um Estado islâmico.
A escalada da violência terrorista aconteceu logo após o início de uma política de desenvolvimento na região. Em janeiro, o Kremlin criou um novo distrito administrativo, transformando seis repúblicas (Inguchétia, Daguestão, Kabardino-Balcária, Ossétia do Norte, Chechênia e Karatchaevo-Tcherléssia) e mais a região de Stavropol no Distrito Federal do Norte do Cáucaso.
A região é a mais pobre da Rússia, embora com uma grande potencialidade, por ter petróleo. Na época do comunismo, o Cáucaso vivia relativamente bem, porque tinha sua função no sistema de atividades divididas. Havia a exploração de petróleo e a agricultura. Também do Cáucaso saíam os engenheiros encarregados de grandes projetos em toda a enorme União Soviética.
Com a desintegração, o fim do comunismo e o renascimento do nacionalismo étnico, as repúblicas do Cáucaso começaram a decair. Em algumas regiões, a taxa de desemprego chega a 80%. O caos foi agravado pelos conflitos. Em toda a região, houve seis guerras nos últimos 20 anos, e os atentados no Daguestão, na Inguchétia ou na Chechênia se tornaram tão frequentes que interessam apenas aos jornais locais. O saldo de 2009 foi de 850 mortos. Um dos atentados feriu gravemente o presidente da Inguchétia, Junus Bek Yevkurov; outro matou o vice-primeiro-ministro Bachir Auchev.
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