Ahmadinejad disse que sanções não irão ferir iranianos
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse que as novas sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas contra seu país nesta quarta-feira devem ser “jogadas no lixo”.
“Eu enviei a eles (as potências globais) uma mensagem de que as resoluções aprovadas são como um lenço usado que deve ser jogado na lata de lixo”, disse Ahmadinejad, em visita ao Tadjiquistão, segundo a agência de notícias iraniana Isna.
“Elas (as sanções) não são capazes de ferir os iranianos”, afirmou.
A quarta rodada de sanções contra o Irã foi aprovada nesta quarta-feira com o apoio de 12 dos 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O Brasil e a Turquia, que são membros rotativos, sem direito a veto, votaram contra as sanções, e o Líbano se absteve.
Reações
Logo após a votação, o embaixador iraniano na ONU, Mohammed Khazaei, disse que a aprovação das sanções era a demonstração de “um sistema internacional tendencioso”.
“Revisar nossas memórias amargas do passado e observar de perto como este Conselho ainda age hoje em dia mostra que ainda estamos lidando com um sistema internacional tendencioso e injusto, que é baseado na hegemonia dos mais poderosos”, disse Khazaei.
O embaixador do Irã na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Ali Asghar Soltanieh, afirmou que apesar das retaliações, o país irá continuar com seu programa de enriquecimento de urânio.
“Não importa quantas resoluções sejam aprovadas, o Irã não irá interromper suas atividades de enriquecimento (de urânio), que estão em completo acordo com seus direitos sob o estatuto da AIEA”, disse o embaixador, em entrevista coletiva.
“Eu lamento que eles (as grandes potências) sejam tão ingênuos, que não saibam lidar com o Irã", afirmou. "Se eles disserem que o Irã deve fazer algo, a resposta será não. Se eles pedirem cooperação, a resposta será: ‘talvez, faremos nosso melhor’. É parte da cultura iraniana”, disse.
Pressão
As sanções buscam pressionar o Irã a interromper seu programa de enriquecimento de urânio, já que parte da comunidade internacional suspeita que o governo iraniano planeje secretamente desenvolver armas atômicas.
O Irã nega essas alegações e afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos. Apesar das três rodadas anteriores de sanções, o governo iraniano tem até agora se negado a interromper o enriquecimento de urânio.
As novas sanções ampliam medidas já em vigor, ao proibir a venda de várias categorias de armamento pesado ao Irã, incluindo helicópteros de ataque e mísseis.
Também fica estabelecido que todos os países inspecionem em seus portos e aeroportos cargas suspeitas de conter itens proibidos com destino ou origem no Irã.
As sanções incluem ainda 40 empresas e um alto funcionário ligado ao programa nuclear à lista de pessoas e companhias iranianas sujeitas a restrições de viagens e congelamento de ativos.
Diplomacia
Esta foi quarta rodada de sanções contra o Irã e a primeira a receber votos contrários no Conselho de Segurança da ONU.
Brasil e Turquia vinham buscando uma solução diplomática para a questão nuclear iraniana e, no mês passado, firmaram um acordo com Teerã, pelo qual o Irã se comprometia a enviar seu urânio com baixo nível de enriquecimento ao território turco e receber em troca material enriquecido o suficiente para uso civil, mas não militar.
No entanto, apenas um dia após o anúncio do acordo, os Estados Unidos circularam a nova proposta de resolução no Conselho de Segurança, afirmando que o pacto firmado em Teerã não era satisfatório e que o Irã não se comprometia a interromper seu programa de enriquecimento de urânio.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
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